
A AÇÃO REFLEXIVA NO PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS NA UFSCar: FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE NA PRÁTICA DA TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Quais as contribuições que o ensino de português para estrangeiros pode trazer para o professor que atuará na escola regular, de ensino fundamental e médio? No que tange às respostas para esta pergunta, é inegável que o estudante em formação docente, quando atua nas aulas de PLE, se apropria de uma atmosfera de ensino-aprendizagem totalmente nova, o que o leva a questionar suas crenças de ensino e demais verdades absolutas. Nesse sentido, a presente apresentação, por meio das experiências adquiridas durante o desenvolvimento das atividades práticas propostas pela disciplina “Ensino de Português para estrangeiros: contextos e práticas” no segundo semestre de 2018 e aporte teórico-crítico sobre o tema, busca apresentar uma reflexão a respeito da importância da prática reflexiva no âmbito do ensino de PLE para a formação da identidade docente. Com a finalidade de atingir os objetivos que o título da comunicação suscita, enumeraremos algumas atividades que foram desenvolvidas junto aos alunos ao longo do semestre, de forma a mostrar como a teoria da aprendizagem significativa, conforme proposta por David Ausubel (1968), auxiliou tanto na apreensão da língua por parte dos discentes quanto na construção da nossa própria identidade como professores de língua. Para além disso, vamos discutir alguns desafios de ordem linguístico-pedagógica que permearam nossas aulas, de maneira a exemplificar as discussões acima descritas.
Palavras-chave: português como LE; ação reflexiva; identidade docente; teoria da aprendizagem significativa.
Alyson Carvalho e Giovana Ernesto (UFSCar)
A PROXIMIDADE DO PORTUGUÊS COM O ESPANHOL NA APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS PARA HISPANO FALANTES
Entre as línguas românicas o português e o espanhol são as que possuem maior afinidade entre si. Ambas têm a mesma ordem sintática canônica e um extenso volume de cognatos. Essas características podem causar no aluno hispano-falante a impressão de serem quase variantes dialetais uma da outra. Na língua escrita, as semelhanças são ainda mais visíveis. Assim, o estudante letrado pode ter maior facilidade em desenvolver estratégias de compreensão e consequentemente de produção, utilizando a escrita como alicerce. Em nossa experiência pessoas desinibidas demonstraram maior facilidade rumo a proficiência. Nossos alunos, a maioria de origem colombiana, mostraram-se muito empenhados em adquirir fluência, participando nesta empreitada, haja vista a aparente cultura de aprender nos países sul-americanos de valorizar a tentativa de construção oral e participação em atividades propostas em sala. Nossas aulas de PLE foram realizadas aos sábados das 14h às 17h40min, na UFSCar campus de São Carlos, tendo como público alvo alunos de graduação e pós-graduação que possuem o espanhol como língua materna. As semelhanças aplicadas a este público letrado que constitui nosso público alvo podem causar no professor a falsa impressão de um apagamento da categoria de aluno principiante verdadeiro. Pois, na prática estes alunos já possuem alguns conhecimentos e habilidades em comum entre a sua língua e a língua alvo, o que lhes proporciona começar com um nível de compreensibilidade. No decorrer da apresentação pretendemos apontar as dificuldades e as facilidades que o nossos alunos demonstraram nas aulas que podem estar relacionadas com as semelhanças entre as duas línguas.
Amanda de Brito Folla e Kelly Cristina da Silva (UFSCar)
SE AS CRIANÇAS BRINCAM, POR QUE NÃO POSSO BRINCAR TAMBÉM?
ESTRATÉGIAS LÚDICAS PARA O ENSINO DE PLE PARA ADULTOS
A aquisição da língua materna e a aprendizagem de uma língua estrangeira são processos que se aproximam em alguns aspectos e se distanciam em outros. De acordo com o exposto por Martin Martin (2004, p. 266), é possível considerar que as principais diferenças entre esses procedimentos estão relacionados com a fase em que normalmente cada um se dá, tendo em vista que a faixa etária irá influenciar aspectos como a proporção de sucesso e êxito, as concepções de tempo e espaço, o nível de aceitação dos erros, a quantidade de instrução formal necessária e também as motivações para se propor a saber uma língua. No entanto, mesmo que sejam aparentemente discrepantes, é possível utilizar estratégias comuns às crianças no processo de aquisição da língua materna no ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira, no caso, o português. Exemplos dessas estratégias são as atividades lúdicas, como jogos, músicas, teatros, simulações e leitura de literatura infantil, que, segundo explanações como as de Castilho e Tonus (2008) e Calado et al (2016) são altamente frutíferas na educação de jovens e adultos. Tendo isso em vista, esse trabalho se propõe a apresentar relatos e reflexões sobre a realização de aulas que se valeram de abordagens lúdicas para o ensino de português como língua estrangeira (PLE) em um curso para estudantes de línguas diversas e de faixa etária média de 30 anos. Com a observação dos bons resultados à partir dessas experiências, foi possível constatar, para além da obtenção de conhecimento da língua por parte dos alunos, a necessidade de sensibilizar os professores para estratégias não convencionais por parte dos professores como mais uma forma de tornar a aprendizagem de PLE mais significativa.
Palavras-chave: Português Língua Estrangeira; Ensino para adultos; Lúdico.
Andressa Jove Godoy (UFSCar)
AS HABILIDADES COMUNICATIVAS COMO RESULTADO ESPERADO DA AVALIAÇÃO CONTÍNUA
O objetivo deste trabalho consiste em propor uma avaliação contínua como meio de aplicação da abordagem comunicativa, especificamente no Básico 1 para Falantes de Outras Línguas oferecido pelo Instituto de Línguas (IL) na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), através da visão de dois professores em formação, inscritos na disciplina de Ensino de Português para Estrangeiros: Contextos e Práticas. O tema se torna bastante pertinente se pensarmos a metodologia comunicativa como a mais próxima do ideal no ensino de línguas e levando em consideração que os inscritos no Básico 1 tiveram pouquíssimo ou nenhum contato com o português, assim que as aulas inicialmente tendem a ser mais expositivas e a Língua de Mediação ser recorrida com frequência, o que dificulta o processo de abordagem comunicativa. A solução então para manter o método que nos parece bastante efetivo foi a aplicação de avaliações contínuas através de output activities, nas quais os alunos eram incentivados a produzir oralmente os conteúdos discutidos por meio de contextos específicos de produção, nos afastando assim do ensino meramente estrutural de língua. Foi constatado uma saída eficiente, uma vez que com o decorrer do curso as aulas passaram a ser majoritariamente ministradas em português e a participação dos alunos não mais se restringia às atividades propostas, todo o período de aula passou a ser construído em conjunto.
Palavras-chave: Avaliação; Abordagem Comunicativa; Ensino de Português para Estrangeiros
Elom de Paulo Andrade de Almeida e Murilo Meloto de Souza (UFSCar)
“NOSOTROS HABLAMOS LA MISMA LENGUA”?
ESPECIFICIDADES NO ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS HISPANO FALANTES
O título deste resumo inspira-se numa instalação artística que “consiste em uma seleção de palavras do dicionário espanhol-português com igual grafia em ambos os idiomas”[1]. São mais de duas mil palavras em comum entre as línguas, o que por um lado nos aproxima e facilita o entendimento e, por outro, nos leva à tarefa de desconstruir influências da língua materna dos aprendentes na produção escrita e verbal em língua portuguesa. O ensino de Português como Língua Estrangeira é uma experiência enriquecedora que proporciona desafios percebidos no processo de ensino-aprendizagem, em particular, com turmas de estudantes falantes de espanhol. Há peculiaridades que pretendo abordar nessa apresentação oral no Colóquio Ação e Reflexão em Português para Estrangeiros (CARPE/2018). No curso de português nível básico II, ministrado para alunos oriundos de países latino americanos, me deparei com o fato de eles terem uma compreensão ampla da língua, ainda que apresentassem dificuldades pontuais com preposições, artigos, tempos verbais e pronúncia de fonemas que não compartilhamos. Substantivos que no espanhol são do gênero oposto daquele em português geram desvios gramaticais, mas em nenhum momento prejudicam a comunicação. Dificuldades de pronúncia de alguns fonemas, entretanto, às vezes causam confusões no entendimento e geram desconforto no falante estrangeiro que frequentemente se sente na obrigação de realizar as palavras como um nativo, crença que tentei desconstruir desde o princípio. Almeida Filho (2012) preconiza que o material didático pode ter “eventuais exercícios de sistematização e rotinização dependendo da demanda dos aprendentes e não propostos preventivamente.” Ao identificar tal demanda propus exercícios de pronúncia, inseridos no contexto de outras atividades, que foram muito bem recebidos pelos alunos com demonstração clara de satisfação com o andamento das aulas em que esses exercícios foram propostos.
Palavras-chave: Português, PLE, Estrangeiros, Hispano-Falantes, UFSCAR
Gustavo Teixeira Morales (UFSCar)
UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA DO ENSINO DE PLE: CONSIDERAÇÕES SOBRE LÍNGUA, CULTURA, MEMÓRIA E MATERIAIS INSTRUCIONAIS
Estudar imaginários de língua e de cultura em materiais instrucionais de uma perspectiva discursiva exige que seja considerada a “dualidade constitutiva da linguagem” (BRANDÃO, 2012, p. 11), que decorre da conjugação de aspectos formais a aspectos sócio-históricos. Na formulação clássica de Pêcheux, algo sempre fala antes e alhures: os dizeres são produzidos em relação ao que já foi dito, resgatando memórias e construindo significações a partir de recortes específicos no interdiscurso. Assim, só é possível falar sobre língua e cultura a partir de um lugar enunciativo que, no caso de materiais instrucionais, se define na seleção dos dados, das tarefas, dos textos, de sua organização e formalização material. Neste trabalho, focamos matrizes discursivas que produzem imaginários de língua e de cultura vetorializados em materiais instrucionais de português língua estrangeira (PLE), considerados como mídiuns (DEBRAY, 1995; 2000), dispositivos históricos que, na relação que mantêm com instituições produtoras de discursos, constroem e estabilizam imaginários de Brasil e de português brasileiro. Estabelecemos como recorte o ano de 2017 e materiais coletados em quatro instituições tradicionais de Buenos Aires: o Centro Cultural Brasil-Argentina (extensão da embaixada, fundado em 2013 após o encerramento de atividades da Fundación Centro de Estudos Brasileiros - FUNCEB), a Casa do Brasil, o Centro Universitário de Idiomas (CUI) e o Laboratório de Idiomas da Universidad de Buenos Aires. Propomos, assim, uma reflexão mais ampla sobre a relação do material linguístico com o extralinguístico suscitada pelos meios e os materiais em que se inscreve, com foco nas práticas de textualização e nos indícios da heterogeneidade constitutiva de dispositivos que se supõe, tradicionalmente, representativos de uma identidade “consensuada” de língua e de país.
Palavras-chave: mídium; imaginários; língua e cultura; PLE.
Helena Boschi (UFSCar)
O PRÓXIMO PASSO: DE EXPERIMENTAÇÃO À CONSCIÊNCIA E EXPLORAÇÃO DO MÉTODO COMUNICATIVO EM SALA DE AULA
O presente trabalho tem como objetivo explicitar e demostrar a importância da tomada de consciência e da experimentação das metodologias no ensino de português como língua estrangeira. Partindo do pressuposto de que a aplicação de um método específico e bem delimitado é tão necessária quanto a prática da língua (LE), pretendemos demonstrar que o autoconhecimento prático e teórico do professor de PLE, não só influencia o meios pelos quais sua aula torna-se eficaz e eficiente, ou não, mas que a assunção de um parâmetro guia é fundamental para o ensino. Desta maneira, percebemos a importância da consciência do método, sendo ele a ação “[...] importante por materializar/viabilizar uma experiência de aprender a língua-alvo. Não é possível ensinar sem método. Até quem não sabe qual é o seu método tem um método subjacente implícito que pode ser exposto por interpretação do ensino realizado (ALMEIDA FILHO, 2013). Através do método comunicativo, pretendemos explorar a trajetória do ensino e aprendizagem, levada da experimentação a sua exploração.
Palavras chave: experimentação, consciência, exploração, método comunicativo.
Kairo Lazarini da Cruz (UFSCar)
DO VIETNÃ À COSTA RICA: O DESAFIO EM DIDATIZAR O ENSINO DE PORTUGUÊS EM CAMPOS LINGUÍSTICOS PRÓXIMOS E DISTANTES
O objetivo deste trabalho é apresentar algumas reflexões sobre como uma abordagem preocupada com estratégias didáticas pode dar origem a interessantes encaminhamentos nas questões referentes ao ensino de Português para estrangeiros, sobretudo quando a classe é composta por estudantes de diversas nacionalidades e, no caso, distanciamentos em termos linguísticos e culturais. Somando-se à essa questão, procuramos refletir sobre o papel que a didática possui em nossa formação profissional, unindo-a à experiência com a qual nos deparamos, ao organizarmos momentos de aprendizagem da língua. A oportunidade da disciplina PLE constitui-se como um importante momento no processo de formação de docentes, pois proporciona condições de refletir sobre como ensinar o idioma materno, promovendo um questionamento permanente - como lecionar algo que nos é tão familiar, como nossa língua? Nossa preocupação, assim, foi o processo de construção contínua desse professor em formação. Durante a pesquisa, planejamento e execução dos planos de aula, nosso intuito era propor estratégias que fossem eficientes, dinâmicas, próximas do cotidiano dos estudantes, ou seja, aulas pautadas por uma efetiva didatização dos temas, sejam eles gramaticais, fonéticos, semânticos e, ainda, dentro de uma perspectiva de abordagem comunicativa, citando apenas alguns dos variados componentes do ensino de uma língua - o que colaborou de forma extremamente positiva para um nível de interação professor- estudante significativo e produtivo.
Palavras chave: didática; estrangeiros; idioma; Português; reflexão.
Paulo Francisco Martarello e Gianni Trevelin Vaccarelli (UFSCar)
RASTROS DE ABORDAGEM NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE PLE/PL2: UMA EXPERIÊNCIA COM PROFESSORES EM FORMAÇÃO
Há exigências e expectativas para o exercício do profissional de Português Língua Estrangeira/ Segunda Língua (doravante PLE/PL2) no Brasil (cf. ALMEIDA FILHO, 2006) e a atuação deste é orientada a partir de uma abordagem que se materializa com o apoio das competências em quatro dimensões: planejamento, produção e/ou escolha de material didático, experiência com e na língua-alvo e avaliação (ALMEIDA FILHO, 1993, passim). Compreendemos abordagem como a filosofia com potencial para orientar os processos de ensinar e de aprender de seus agentes (ANTHONY, 1963; PRABHU, 1991; ALMEIDA FILHO, 1997). Os participantes deste trabalho, professores em formação, não têm habilitação específica em PLE/PL2, mas tiveram a oportunidade tanto de preparação teórica quanto de experiência prática em disciplina optativa em uma universidade pública do interior paulista. Buscamos neste trabalho analisar elementos indicativos de abordagem do processo de ensino-aprendizagem de PLE/PL2 desses professores. Os registros foram coletados a partir de questionário semiestruturado, observação de aula, notas de campo e gravação em áudio e, posteriormente, triangulados para análise. O reconhecimento de abordagem pode ajudar a esclarecer as práticas de professores em sala de aula e, oportunamente, auxiliar na reflexão dessas ações em busca do aprimoramento da ação profissional.
Palavras-chave: Português Língua Estrangeira/ Segunda Língua; abordagem; formação de professores; ensino-aprendizagem.
Renata Tironi de Camargo e Tábata Quintana Yonaha (UFSCar)
FORMA E SENTIDO NO ENSINO DE PLE: O LUGAR DA GRAMÁTICA NA ABORDAGEM COMUNICATIVA
Esta comunicação tem por objetivo problematizar o ensino de gramática em aulas de Português como Língua Estrangeira (PLE) ao adotar a abordagem comunicativa (Richards & Rogers, 2001). Este trabalho é a etapa final do programa de extensão-disciplina optativa “Português para estrangeiros” da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), vinculada ao Departamento de Letras (DL) e ao Centro de Referência de Português para Estrangeiros (CEREPE). Pretendemos analisar aulas selecionadas do curso intermediário 1 de PLE ministrado no segundo semestre de 2018 para um grupo de quatro alunos: dois hispano-falantes e dois alunos falantes de outras línguas, cuja língua de contato era o inglês. Utilizamos o instrumental prático e teórico de Almeida Filho (2011) em sua proposição de experiências de linguagem constituídas na L-alvo, por meio da comunicação, sistematização e rotinização para analisar criticamente as materialidades do planejamento durante as aulas. Nossa reflexão, portanto, consiste no exercício de equacionar o lugar da gramática em uma perspectiva de aprendizagem comunicativa, comparando duas atividades realizadas sob o mesmo tema para mostrar a tensão entre o ensino comunicativo e metodologias estruturais em um curso de PLE.
Palavras chave: português para estrangeiros; linguística aplicada; abordagem comunicativa.
Victor Lemes e Rafaela Fernanda Leandro (UFSCar)
“SERVIRÃO LASANHA NO RU AMANHÔ: ALGUÉM FALA ASSIM?
Esta comunicação oral resulta de reflexões realizadas durante a elaboração de um trabalho de conclusão de curso na área de Linguística Aplicada ao ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE) e tem como objetivo discutir o ensino do futuro verbal em dois livros didáticos, a saber: “Tudo bem? Português para a nova geração”, da editora SBS, publicado em 2007 e “Muito Prazer: fale o português do Brasil”, da editora Disal, publicado 2008. De acordo com Almeida Filho (2007), o mercado editorial tem alavancado a produção de manuais didáticos (MDs) de português língua estrangeira nos últimos anos, a fim de atender às demandas do crescente público de aprendizes do português brasileiro. Contudo, apesar das tentativas do mercado no sentido de incorporar novos modelos de ensino aos livros didáticos da área, ainda há muitos desafios a serem enfrentados a fim de promover o desenvolvimento de habilidades comunicativas reais e contextualizadas. Acreditando que uma das formas de atualizar o ensino de línguas é diminuindo o descompasso entre as novas pesquisas acadêmicas na área de linguística aplicada e a produção de livros didáticos, propõe-se investigar os pontos de encontro entre estudos acadêmicos recentes sobre o ensino e usos da língua e o tratamento dado à gramática em livros-texto e materiais complementares de PLE. Para isso, selecionou-se o ensino do futuro verbal em suas formas sintética (amarei) e analítica (vou amar) para ser analisado nos MDs, por meio da discussão sobre seus (des)encontros com os estudos acadêmicos atuais. Os resultados apurados demonstraram que, ao ensinar o futuro, os organizadores dos livros priorizam aspectos estruturais e promovem reflexões superficiais sobre o uso das formas verbais. Ainda assim, há certos traços comunicativos que contabilizam certo avanço e demonstram que as abordagens gramaticais não imperam, mas exerceram influência reduzida na elaboração destes MDs. Por fim, para compor os encaminhamentos da pesquisa, elaborou-se uma unidade didática, a fim de estabelecer uma conexão entre a pesquisa teórica e o fazer prático e, possivelmente, promover reflexões sobre o ensino de gramática em PLE, tendo em vista a valorização do uso real da língua tanto escrita como falada.
Mariana Teixeira da Hora (UFSCar)