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Diálogo: teoria e prática na atuação inicial em ensino de Português para Estrangeiros (PLE)

 Kaue Eduardo Vilalva Lopes e Rafaela Rigon

Neste trabalho, pretendemos esboçar um relato da nossa experiência inicial como professores do curso de Português como Língua Estrangeira (PLE) para hispanofalantes de nível básico como parte prática da disciplina de graduação EPECOPs (Ensino de Português para Estrangeiros - Contextos e Práticas) coordenada e ministrada pela Profa. Dra. Aline Fraiha Paiva e pelo Prof. Dr. Nelson Viana na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) durante o segundo semestre de 2019.  Tivemos, ao longo dos encontros, uma formação teórico-metodológica orientada no sentido de discutir e refletir acerca das práticas de ensino e aprendizagem de PLE a partir de perspectivas comunicacionais como, por exemplo, as defendidas por Gardner (1985), Barbirato e Almeida Filho (2005) e Izaki e Viana (2016), tendo em vista o modelo do exame de proficiência de Português para Estrangeiros (CELPE-Bras) que pauta seus parâmetros avaliativos na capacidade de comunicação e interação dos examinandos na língua-alvo. Com base em leituras, aulas teóricas expositivas e interativas, discussões, oficinas, aulas práticas e demais trocas de informações, tentaremos mostrar que saímos de um estado inicial de menor embasamento teórico - e consequente menor adesão à abordagem comunicativa - a um estado de maior apropriação dos postulados do quadro teórico apresentado na medida em que: i) debatíamos e aprendíamos mais aprofundadamente sobre o que é esperado dos profissionais envolvidos com o ensino de PLE - bem como dos falantes não-nativos de português em seus respectivos níveis de proficiência dadas as suas especificidades; ii) refletíamos sobre os conceitos tratados nas aulas teóricas em contraste com as nossas experiências anteriores e/ou concomitantes de ensino; e iii) replicávamos, tanto quanto nos fosse possível, o conhecimento adquirido na elaboração e na condução das aulas que ministramos. Esperamos, desta forma, demonstrar a importância da  fundamentação teórica baseada na ação dialógica em ambientes comunicativos e as nossas impressões particulares das experiências que tivemos.


Palavras-chave: Português como Língua Estrangeira; PLE; Linguística Aplicada;

A POESIA CONTEMPORÂNEA E O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A PREPARAÇÃO DA AULA

Vitória Ferreira Doretto

Entendendo o desenvolvimento de um programa/currículo de curso como uma complexa proposta de sequência didática [nos termos de Dolz, Noverraz e Schnewly (2004)], quando sua preparação é concluída temos então uma série de unidades temáticas e propostas de produções textuais circulando ao redor de um tema maior e alguns subtemas que se relacionam e conversam de forma sequencial. Como um dos subtemas tratados dentro de uma sequência didática maior, desenvolvida ao longo do curso de Português como Língua Estrangeira de nível Avançado para Estrangeiros (tanto falantes de espanhol como de outras línguas), tivemos a poesia contemporânea pop como ponto de partida para uma discussão ampla envolvendo ressignificação de palavras e expressões e significados de provérbios e expressões. Nesta ocasião nosso objetivo é debruçarmos sobre a escolha pelo uso dessa poesia contemporânea pop, a saber três poemas contidos no livro Ressignificados de João Doederlin (@akapoeta) – “ressignificar”, “primavera” e “silêncio”, para a discussão de ressignificação de palavras. Para isso propomos considerações sobre a preparação dessa “unidade temática” levando em consideração o conhecimento [sobre o assunto] prévio inexistente por parte dos alunos e o star system (SANTOS; SILVEIRA, 2001 apud SALGADO, 2016) que leva o poeta a outras esferas de conhecimento e mídia.

Palavras-chave: poesia contemporânea; português como língua estrangeira; sequência didática.

UMA EXPERIÊNCIA COMUNICATIVA EM UMA OFICINA DE ESCRITA DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS

Paula Aline Prearo & Ana Claudia Junqueira

Este trabalho visa apresentar a experiência docente no ensino de português para estrangeiros vivenciada no segundo semestre de 2019 na Oficina de escrita em Português. Com foco na habilidade escrita, desenvolvemos unidades didáticas temáticas, algumas das quais foram intituladas “O problema não é você, é comigo – Relacionamentos no Brasil”, “Bora arrumar um trampo – Trabalho no Brasil”, “Posso ajudar? – Compras no Brasil” e “Comida/Tempero Brasileiro” que tiveram como objetivo a ação materializada, por meio da língua, de textos escritos, usando, assim, a modalidade escrita da língua com propósito social e de forma integrada aos gêneros do discurso por intermédio de autores como Pacheco (2006) e a concepção teóricadiscutida no manual do examinando do exame Celpe-Bras (2016).


Palavras-chave: escrita; ensino; português; gêneros textuais; estrangeiros.

O Ensino de Português para estrangeiros e suas contribuições na formação docente

Geovane Diógenes da Silva

A atuação do Professor na área de Português Língua Estrangeira (PLE), implica numa série de aprendizado que, nenhuma outra experiência em sala de aula com falantes nativos do português poderia proporcionar, pois é uma aprendizagem outra, que sem sombras de dúvidas
marca a formação profissional do docente. Para LEFFA, (2002, p. 19) o professor de línguas estrangeiras está no ponto de encontro de duas forças antagônicas e poderosas. De um lado, o apelo constante em resguardar e defender nossa língua e cultura; do outro, a necessidade
de conviver com a língua e cultura do outro. LEFFA, (2002, p. 19) destaca, ainda, sobre a importância de o professor encontrar um ponto de equilíbrio, de forma que, seja possível integrar a individualidade do professor com a diversidade presente na sala de aula. Assim, é
de fundamental importância, que o professor de Português Língua Estrangeira (PLE), faça uma reflexão sobre os pontos importantes do processos de ensino aprendizagem, levando em consideração a diversidade cultural, aspectos interculturais, e sobretudo, as particularidades
da docência no exercício de ensinar e aprender, visto que, o ensino de Português Língua Estrangeira (PLE) possibilita trocas de experiências e conhecimentos, em um ambiente onde o professor ensina, mas aprende também com os alunos.

Palavras chave: Ensino de Português Língua Estrangeira; Docência; Diversidade; Ensino aprendizagem; Formação de Professores;

A influência do letramento digital nos processos de ensino-aprendizagem de Português como língua estrangeira

Lucas Vital do Prado Figueira

O desenvolvimento de instrumentos tecnológicos, que são mobilizados nos diversos contextos de ensino-aprendizagem, promove facilidades no que se refere à realização de atividades, de menor duração ou projetos dentro do curso, fornecimento de amostras de língua e possibilidades de registro e interação. Estes instrumentos, quando articulados de forma efetiva, contribuem em vários sentidos para o planejamento e condução de cursos, mesmo em níveis mais básicos. Neste sentido, o uso desta modalidade de artifícios pressupõe, de maneira geral, conhecimentos adquiridos para além do curso, vinculados ao letramento digital. Em vista disso, a partir das tarefas realizadas num curso de Português como Língua Estrangeira em nível básico, busca-se descrever e demonstrar a influência do letramento digital nos processos de ensino-aprendizagem de um aluno cujo conhecimento relativo ao uso de computadores e celulares estava limitado em seu país de origem. Este estudo é conduzido por meio de análise dos resultados das atividades realizadas em sala, das produções orais e escritas do aluno e de entrevista individual.

Do conflito à conciliação: uma reflexão sobre as práticas pedagógicas possíveis para as concepções de língua no ensino de português para hispanofalantes

Lucas Rafael da Silva & Fernanda Rebeca de Andrade Cardeal

O presente trabalho busca refletir e repensar as concepções de língua ao longo das experiências obtidas no curso de Português para Estrangeiros, com alunos hispanofalantes do curso de Básico 2, observando as perspectivas dos aprendizes e dos professores. Apoiando-se no capítulo “Gramática no Ensino de Língua” da obra “Fundamentos de Abordagem e Formação no ensino de PLE e de Outras Línguas” de Almeida Filho (2011), que nos traz uma visão de língua como prática social partindo da abordagem comunicativa, e no texto “A cultura de
aprender línguas (inglês) de alunos do curso de Letras.” de Barcelos (1999), que nos mostra como as crenças podem ser inibidoras ou facilitadoras no processo de ensino e aprendizagem, buscamos apresentar nossas ações em sala de aula para lidar com as diversas concepções de língua presentes. Para além da concepção do que é uma língua, também iremos abordar algumas concepções do que é aprender e o que é ensinar uma língua em um contexto de Ensino e Aprendizagem diferente do que propõe a nossa formação em Licenciatura em Letras na UFSCar, propondo uma reflexão sobre os campos de atuação e processo de formação docente.

Palavras-chave: Concepção de Língua; Ensino de Português para Estrangeiros; Crenças; Prática pedagógica.

O papel dos projetos de apresentação oral no ensino de Língua Estrangeira para nível Básico

Nathália Rodrigues Bragion 

Este trabalho pretende descrever e refletir sobre o projeto de apresentações orais proposto aos alunos de Português como Língua Estrangeira (PLE), inscritos no curso oferecido pelo Instituto de Línguas (IL) da UFSCar (2019/2). Desde o tema sugerido para as apresentações
até os feedbacks dos professores ao final foram pensados com o objetivo principal de desafiar os alunos, classificados no nível Básico de proficiência, a expressarem-se na língua-alvo dentro de um gênero delimitado, a apresentação oral. O planejamento da atividade considerou
primordialmente a importância de abrir um espaço aos alunos para falarem sobre seus países e culturas, um assunto que os alunos não só dominam em termos de conteúdo, mas também que tocam no âmbito do emocional, de forma a tornar tal atividade muito significativa ao
aluno. Por isso, outro objetivo era fornecer um feedback construtivo e embasado em concepções de língua e aprendizagem que defendem a natureza sociointeracionista da língua, além do papel das crenças e emoções dos alunos na relação ensino-aprendizagem. Para refletir e tirar conclusões acerca dos impactos de tal projeto, será feita uma descrição da realização do projeto, relatando as etapas que o envolveram, os resultados obtidos na perspectiva dos professores e dos alunos, através de um questionário respondido por eles.


Palavras-chave: Português como Língua Estrangeira; apresentações orais; ensino- aprendizagem.

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