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Complementação de material didático de PLE: uma abordagem baseada nas necessidades do aluno

 

Gustavo Semifoque Boiani

Guilherme Macedo dos Santos

Este trabalho tem como principal objetivo compartilhar as experiências com o ensino de português para estrangeiros de nível intermediário para falantes de outras línguas (PFOL), em particular, para um aluno de nacionalidade nigeriana. Busca-se, principalmente, tratar da escolha dos professores em complementar o conteúdo do livro “Plural Português Pluricêntrico” a partir de materiais adicionais que visam integrar o material didático principal. Ao identificar as demandas do aluno em relação ao desenvolvimento da competência linguística e da argumentação, decidiu-se incorporar recursos que o auxiliassem nessas necessidades específicas. Neste processo de aulas síncronas, foi possível realizar distintas ações que auxiliaram no desenvolvimento da habilidade oral e escrita em Língua Portuguesa, através das quais o aluno pôde aprimorar sua aprendizagem de português realizando atividades voltadas para uso de gêneros textuais como diário e artigo de opinião, bem como o emprego de estruturas linguísticas que ainda lhe eram desconhecidas. Foi possivel notar que, ao trazer novas alternativas, houve uma evolução mais concreta em todo o processo de conhecimento do português por parte do aluno estrangeiro, o que se constitui como um ponto que deve ser explorado no ensino de línguas.

Desafios do ensino de português para estrangeiros no Brasil: uma reflexão sobre o impacto do choque cultural

 

Joyce Roberta Oliveira Dutra

Julia Leite Lumini

 

O ensino da Língua Portuguesa para estrangeiros tem se tornado cada vez mais relevante, especialmente no Brasil, considerando que o país recebe um grande número de imigrantes devido a diversos fatores econômicos e sociais. Portanto, este trabalho tem o objetivo de explicitar experiências tidas pela visão enquanto professoras de português como segunda língua. Neste trabalho, pretendemos expor situações que ocorreram no curso ministrado no primeiro semestre de 2023 "Português para Falantes de Outras Línguas" em nível intermediário, vinculado à disciplina "Português para Estrangeiros: Contextos e Práticas". Ademais, nesta apresentação, será abordado o choque entre alunos estrangeiros em relação à cultura brasileira, e de que forma tal estranhamento pode dificultar a aprendizagem da Língua Portuguesa, pois este foi um fenômeno percebido em nossa prática. Para isso, se fará o uso de uma fundamentação teórica baseada no choque cultural no ensino de Língua Estrangeira, que, segundo Fraga, se trata da: “desorientação psicológica causada por mal-entendido ou desentendimento causado por diferenças culturais” (REDDEN apud FRAGA, 1999, p. 24). Nossa expectativa é que este trabalho possa contribuir para ampliar as reflexões sobre aspectos culturais e estranhamentos na sala de aula de PLE, além de produzir discussões a respeito desse tema no ensino de Língua Estrangeira.

Abordagem comunicativa e ensino de PLE: uma relação entre teoria e prática

 

Bárbara Manzine 

Luiz Ricardo Gonsalez Micheletti

O presente trabalho pretende apresentar reflexões sobre as principais características da Abordagem Comunicativa no curso de Português como Língua Estrangeira para Hispanofalantes no nível básico ofertado pela UFSCar.  O referido curso foi a parte prática da disciplina EPECOPS: “Ensino de Português para Estrangeiros - Contextos e Práticas” no período de novembro/22 a março/23. Apontamos na apresentação as principais dificuldades e facilidades encontradas durante a organização e prática docente que tiveram como base a Abordagem Comunicativa, com foco em conteúdos nocionais-funcionais, gramaticais, culturais e em gêneros textuais. Mostramos também a forma como teoria e prática se relacionaram com outras disciplinas da graduação, como Linguística Aplicada, Sintaxe Contrastiva e Metodologia de Ensino. Por fim, também relacionamos as propostas de Kumaravadivelu (1994) acerca do Pós-método e suas macroestratégias de ensino de línguas à Abordagem Comunicativa e à condução das aulas.​

PLETRIMÔNIO: um relato de organização e produção de material

 

Vitória Ferreira Doretto

Último nível dos cursos de português língua estrangeira oferecidos pelo Instituto de Línguas da Universidade Federal de São Carlos, o Avançado tem como característica principal a variação de conteúdos temáticos e gramaticais. Por atender participantes de diversos contextos e em diversos níveis de autonomia com a língua portuguesa — o que foi ampliado ainda mais com sua oferta on-line —, tomamos a decisão de produzir um material de apoio às aulas, como uma forma de criar uma estrutura base de possíveis temas e gêneros textuais a serem trabalhados ao longo do curso Avançado. Este material não é utilizado como ponto de partida das aulas, mas como apoio para os alunos buscarem conteúdos trabalhados e informações extra. Nesta apresentação abordaremos o processo de organização e produção do material “PLETRIMÔNIO: Português para Estrangeiros” utilizado na oferta 2022.2, sua seleção de temas, utilização e resultado de material complementar, “PLETRIMÔNIO: Patrimônios Culturais Materiais e Imateriais”, produzido pelos participantes do curso com auxílio da monitora na organização.

PLE no contexto acadêmico: o ensino de português para ingressantes de mestrado e doutorado

Giovanna Cristina Rubin

Ester Jennifer Nunes de Souza
 

O objetivo deste trabalho é apresentar reflexões e observações sobre a experiência de lecionar português para ingressantes de mestrado e doutorado. A turma era composta por sete estudantes, sendo cinco deles falantes de árabe e/ou persa e dois falantes de espanhol. Tendo em vista o perfil acadêmico mencionado, foi necessário reformular o planejamento das aulas, de forma a abordar tópicos gramaticais mais explicitamente. A partir dessa demanda, procuramos refletir sobre o alto interesse por regras gramaticais por parte dos alunos ingressantes, ao passo que usamos do contexto cultural brasileiro (vídeos, entrevistas e músicas) para aprofundar o desenvolvimento na aquisição do português. A comunicação em maior parte foi feita usando o inglês, mas, com o passar do tempo, algumas já eram comunicadas em português. Para alcançarmos esse estágio, fizemos bastante uso de recursos visuais, o que foi essencial para o melhor desenvolvimento dos alunos. As reflexões apresentadas são a partir do ponto de vista de duas estudantes do curso de graduação em Linguística, ao atuarem no ensino de português para estrangeiros, o que contribuiu para expandir seus conhecimentos na área de ensino e aprendizagem de línguas. 

É que eu sou vegetariana: considerações de um curso de verão de português para adolescentes asiáticos

Andresa Cristina Silva Ferreira
 

O presente trabalho empenha-se em refletir, analisar e discutir as vivências do curso de verão Português para adolescentes asiáticos, carinhosamente apelidado de PAdA. Para isso, abordamos desde a delimitação do público-alvo, até as aulas ofertadas e as considerações a respeito dos resultados, sendo estes a autoconfiança da aluna e sua autonomia. O curso, que teve duração entre fevereiro a março, foi elaborado e desenvolvido para atender à demanda de uma aluna específica, adolescente e asiática, cuja interação social estava comprometida pela limitação na língua portuguesa. Para as aulas foram mobilizados conhecimentos que pudessem contribuir para a convivência da adolescente no âmbito escolar, na interação com professores e, principalmente, com os colegas, desde habilidades para falar de si, contar os próprios gostos e relatar breves narrativas. Para tanto, os conteúdos foram desenvolvidos com base em princípios da abordagem comunicativa, guiadas por Canale e Swain, e nas hipóteses da teoria de aquisição de língua de Krashen.

Português para falantes de espanhol em contextos remoto e presencial: reflexões sobre estrutura de participação dos alunos

 

Malik Asbahr Nasser

Ao analisar cursos de Português como Língua Estrangeira (PLE) oferecidos pelo Instituto de Línguas (IL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), propomos aqui uma reflexão sobre as dificuldades e semelhanças encontradas nos contextos presencial e online. Para este trabalho, escolhemos o curso de Português básico para falantes de espanhol, disponível tanto na modalidade remota quanto presencial, dialogando diretamente com os professores que são alunos da disciplina “Ensino de Português para Estrangeiros: contextos e práticas”. Realizamos observação empírica das aulas para detalhar as características de cada curso e encontramos diferenças drásticas na interação entre alunos, que tiveram dificuldades de interação para trabalhos em grupo no ensino remoto e muita facilidade na modalidade presencial, e semelhanças na execução das atividades de sistematização, por exemplo, quando trazem exercícios de gramática para completar os espaços. Se, de um lado, os alunos do presencial se ajudam a todo momento; de outro, os alunos do ensino online estão com as câmeras desligadas e muitas vezes comunicam-se exclusivamente por chat, sem abrir o microfone. Contudo, nos momentos em que é necessária a sistematização da língua, isto é, o momento em que se faz necessário trabalhar com regras da gramática normativa, e a função comunicativa não é mais a tarefa central, as duas turmas seguem as orientações de maneira bastante parecida e os alunos obtêm bons resultados, no processo de aprendizagem da língua-alvo. Apesar disso, sugerimos que a modalidade presencial continua sendo a mais produtiva por proporcionar maior contato aluno-professor e aluno-aluno, garantindo melhora na habilidade comunicativa após o término dos dois cursos.

Português para hispanofalantes: estratégias, expectativas e resultados

 

Amanda Luana Giatti

Mariana Ribeiro da Silva

O objetivo do presente trabalho consiste em identificar as estratégias de aprendizagem e aquisição propostas por Almeida Filho (2011), em aulas ministradas num curso de “Português para hispanofalantes”, de nível intermediário, que ocorreram presencialmente durante o segundo semestre de 2022, em uma Universidade Federal e vinculado a um projeto de extensão, tendo como docentes as presentes autoras. Além disso, a comunicação visa a relatar os desafios, dificuldades, impressões, aspectos de interculturalidade e aprendizados adquiridos na posição de tutoras durante o processo de ensino, por meio de uma análise retrospectiva das práticas pedagógicas desenvolvidas enquanto professoras, de Português para estrangeiros, em formação, identificando possíveis aspectos que possam ser aprimorados futuramente de acordo com o texto de Almeida Filho. Por último pretendemos salientar os progressos dos alunos no processo comunicativo e de escrita através das avaliações propostas ao longo do curso, ademais de compartilhar as atuais ferramentas que foram e podem ser utilizadas ao longo do processo para as trocas interculturais entre docentes e discentes.

Ensino de português para estrangeiros: interesses e necessidades a partir da visão e do contexto do aluno

 

Rosilene Campos Magalhães Gomes

O objetivo dessa comunicação é compartilhar uma experiência adquirida no Ensino de Português para Estrangeiros, Nível Básico, modalidade on-line de um aluno (Iémen ou Iêmen) falante de Árabe e de Inglês, durante o segundo semestre de 2022. Umas das propostas de ensino desenvolvidas abordou o tema Saúde. O principal motivo para tratar esse tema, surgiu do interesse e de necessidades apresentadas pelo aluno, pois se tornou relevante conhecer o ambiente em que esse aluno se insere para além da sala de aula, suas relações sociais, suas atividades diárias, direcionando o aprendizado de modo que o aprendiz passasse a utilizar a língua-alvo na sua vida cotidiana e na pratica, a partir do trabalho realizado no ensino- aprendizagem de Português Língua Estrangeira.

Semelhanças e diferenças entre a sequência didática e o aprendizado baseado em projetos no ensino online de português para falantes de espanhol

 

Clarissa Lenina Scandarolli

 

Ao longo do curso de Português para Falantes de Espanhol do Nível Básico que ministrei, adotei um material de apoio que propunha uma sequência didática em torno de temas que procuravam mobilizar recursos léxico-gramaticais ou fonético-fonológicos específicos para o desenvolvimento rápido da proficiência em português de falantes de espanhol. No entanto, ao final do curso, propus aos alunos trabalhar com o seguinte projeto: Fazer uma propaganda sobre qualquer tema, em vídeo e que fosse totalmente em português. Os alunos, que são de diversos países da América Latina, não se conheciam antes da aula de português e alguns já moram no Brasil e outros já vieram ao país. Os estudantes puderam escolher qualquer tema e, surpreendentemente, todos os grupos decidiram fazer uma propaganda para promover sua própria cultura aos brasileiros. Após a escolha do tema, decidimos a plataforma, os recursos de edição que seriam mobilizados, como software de edição e banco de imagens, vídeos e músicas sem copyright. Em seguida, pensamos juntos estratégias para chamar atenção do povo brasileiro, refletindo sobre o que os países de origem dos alunos e o Brasil têm em comum. Após a escrita do texto, os auxiliei na revisão do texto, os alunos gravaram a voz, editaram e apresentaram para toda a turma. A apresentação que proponho traz reflexões sobre a diferença de se ensinar com uma sequência didática e com um projeto em grupo em aulas online. O objetivo em comum aproximou os alunos, mobilizou muitos recursos linguísticos e extralinguísticos e promoveu a reflexão sobre o que aproxima e distancia o Brasil dos países da América do Sul. Finalizamos o projeto com uma discussão sobre o que nos identifica na nossa cultura e o que levamos e deixamos ao sair e retornar ao nosso país de origem.

Desvendando o Português Ensinando Português

 

Damaris de Souza Lages

Julia da Costa Santos
 

Este trabalho visa relatar as experiências da nossa primeira atuação em cursos de ensino e aprendizagem de Português como Língua Estrangeira (PLE) em curso de curta duração vinculado à prática proposta na disciplina Ensino de Português Para Estrangeiros - Contextos e Práticas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). As aulas foram ministradas para alunos falantes de outras línguas de nível Básico de proficiência. As aulas teóricas e práticas tiveram como objetivo possibilitar aos alunos maior autonomia na comunicação em português brasileiro. As aulas teóricas consistiam em ensinar o que foi considerado indispensável para o entendimento e reprodução da comunicação cotidiana, o que incluía escrita e pontos gramaticais específicos (formais e informais) do dia a dia. As aulas práticas tinham como foco a integração dos alunos como turma e sua interação com a sociedade, com brincadeiras, jogos e simulação de situações cotidianas. A multiculturalidade da sala de aula foi uma aliada no processo de elaboração de materiais teóricos e práticos, além de proporcionar momentos de trocas culturais que foram de grande valia, não apenas em aspectos docentes, mas também pessoais. Por fim, queremos com essa apresentação não apenas relatar nossa experiência, mas também mostrar o quanto desvendamos sobre o próprio português, como alguns usos que fazemos naturalmente e que ao ensinar surgem dúvidas e reflexões que não perceberíamos como falantes nativos e quanto evoluímos com essa experiência. 
 

 


 

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