O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NA PANDEMIA: REFLEXÕES DE DOCENTES DO ENSINO SECUNDÁRIO NO CONTEXTO REMOTO EMERGENCIAL NO TIMOR-LESTE
Abelita Miranda da Silva
PPGL/UFSCar (mestranda)
Universidade Nacional Timor Lorosa´e – Timor Leste
O objetivo nesta apresentação é abordar resultado de estudo realizado para compreender como professores de português como língua não materna utilizaram a tecnologia em suas aulas a distância ao longo do Estado de Emergência imposto em território timorense no ano de 2020, durante a pandemia da Covid-19. Naquele período, as atividades presenciais de ensino foram suspensas pelo governo no mês de março de 2020. Por essa razão, os professores tentaram se comunicar com seus alunos e enviar os materiais para que eles pudessem estudar em casa. Para o embasamento teórico, são abordados o conceito de multimodalidade e os multiletramentos (GRUPO NOVA LONDRES, 2020) e a leitura e escrita como prática social (JUSTO; RUBIO, 2013). Para recolher os dados dessa pesquisa qualitativa interpretativista (FLICK, 2009), foram entrevistados quatro professores de língua portuguesa do ensino secundário do Colégio Paulo VI, na cidade de Díli, Timor-Leste. Os dados indicaram que a obrigatoriedade de ensino via internet impactou tanto alunos quanto professores durante o Estado de Emergência, configurando-se um enorme desafio enfrentado pela comunidade escolar na pandemia da Covid-19. Os professores entrevistados consideram que a participação dos discentes foi suficiente, pois, mesmo que alguns alunos não tenham participado das aulas por causa da condição econômica da família e pela instabilidade da internet, eles conseguiram retomar o conteúdo perdido posteriormente na aula presencial. Além disso, os resultados levaram-nos à conclusão de que se deve dar formação aos professores para utilizarem as tecnologias de informação e comunicação (TIC) no processo de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: multimodalidade, multiletramentos, língua portuguesa, contexto remoto emergencial, Timor-Leste.
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS NO ENSINO DE TEXTO ESCRITO EM PLE:
UMA EXPERIÊNCIA CONJUNTA
Agatha Johann Bueno Rosa
Maria Gabriela Frias Gobbi Marciano
Vitória Fernandes Passos Castilho
Universidade Federal de São Carlos
Nesta comunicação apresentamos um relato de experiência da prática docente realizada por nós, alunas do Bacharelado em Linguística da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, no Instituto de Línguas (IL) da mesma universidade. O curso ministrado foi intitulado “Português para Estrangeiros: Produção de Texto Escrito” e foi ofertado a estrangeiros com nível intermediário na língua alvo, da comunidade interna e externa da UFSCar. O plano de aula foi construído com base num formulário preenchido pelos estudantes, que visou não apenas entender o perfil da turma, mas também compreender em quais gêneros textuais situavam-se suas dificuldades e interesses. A partir daí, pudemos concluir que todos os cursistas faziam pós-graduação na área de linguagens, mas que, apesar de saberem mobilizar conhecimentos terminológicos, apresentavam dificuldades com aspectos gramaticais da língua portuguesa, como concordância, uso de preposições e coesão, por exemplo. Por esta razão, procuramos “equacionar o lugar da gramática” (Almeida Filho, 2011) nas aulas, desenvolvendo exercícios de análise coletiva e individual, a partir de textos previamente produzidos pelos próprios estudantes, no contexto de suas vidas acadêmicas. Essa metodologia permitiu o ensino simultâneo da gramática e dos gêneros textuais, por meio de exemplos legítimos e que seriam efetivamente usados por eles. Além dos exercícios, desenvolvemos aulas teóricas “temperadas por ocasionais e motivados focamentos em pontos problemáticos ou instigantes da forma” (Almeida Filho, 2011) e baseadas nos gêneros textuais marcados como mais complexos pelos estudantes, sempre partindo da leitura de textos que exemplificavam o gênero em questão. Devido às necessidades apresentadas, o curso voltou-se à temática da escrita acadêmica, garantindo a participação e o interesse dos estudantes ao longo das aulas. Apesar disso, não podemos garantir que essa mesma metodologia gere resultados satisfatórios em turmas com um número expressivo de estudantes, o que não impossibilita sua aplicação, mas demanda adequações situacionais.
Palavras-chave: escrita acadêmica, PLE, metodologia de ensino.
DA COMPETÊNCIA IMPLÍCITA AOS PRIMEIROS CONTORNOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA TEÓRICA: EXPERIÊNCIAS COM PROFESSORES DE PLE EM FORMAÇÃO
Cláudia Maria Paixão Mattos
Universidade Federal de São Carlos (Doutoranda PPGL)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA)
O presente trabalho visa apresentar um panorama de formação inicial de professores de Português Língua Estrangeira (PLE), por meio da prática advinda de uma disciplina eletiva ofertada para um curso de graduação em Letras em uma universidade pública. Para tanto, e embasados em teóricos como Almeida Filho (1993), Viana (2020), Hutchinson e Waters (1987) e Dudley-Evans e Saint Johns (1998), apresentamos aspectos das competências de ensinar uma língua estrangeira, da formação reflexiva, e da presença tênue da abordagem de línguas para fins específicos na prática desses professores. O trabalho foi realizado com seis alunos da disciplina, professores em formação, que foram regentes de cursos de PLE, ministrando aulas para turmas com alunos de diferentes nacionalidades e especificidades. Ao término dos cursos, aplicamos um questionário aos professores, a fim de investigar a sua prática anterior no campo do ensino e aprendizagem de línguas, bem como suas percepções sobre a experiência docente ao longo do curso ministrado. Verificamos que a maioria nunca havia estado em sala de aula como professor, e que a experiência foi significativa para todos. Dessa forma, destacamos a importância de disciplinas nos cursos de graduação em Letras que favoreçam situações para a reflexão-na-ação do futuro professor de língua estrangeira e contribuam para o desenvolvimento de suas competências e habilidades, promovendo uma formação mais sólida e maior preparo para a atuação profissional.
Palavras-chave: ensino de português para estrangeiros; formação de professores de línguas; competências de ensinar; reflexão-na-ação; ensino de línguas para fins específicos.
O USO DE MÍDIAS COMO APOIO PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS
Débora Juliana Rodrigues de Macedo
Evelisie Alves
Universidade Federal de São Carlos
O principal objetivo deste trabalho é demonstrar como o uso de livros, animes, músicas e vídeos foram instrumentos de significativa relevância no processo de ensino e aprendizagem em um curso de Português Língua estrangeira. O curso foi ministrado no âmbito da disciplina Ensino de Português para Estrangeiros - Contextos e Práticas,
realizado no período compreendido entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024. Nesse contexto, ressaltamos os desafios mais significativos e as potencialidades que emergiram durante o processo de organização e a prática do ensino. A abordagem do curso, baseada em princípios comunicativos e teorias de aquisição de línguas, possibilitou a criação de aulas personalizadas, atendendo às demandas específicas da aluna, cuja língua materna era chinesa. Utilizamos materiais e mídias já conhecidas pela aprendente, adaptadas para a versão brasileira, e focamos nas dúvidas apresentadas para a elaboração das aulas. Assim, o curso promoveu o desenvolvimento da autoconfiança da estudante, a ponto de ela conseguir falar em português sobre si mesma e suas experiências cotidianas. Embora a aluna não tenha continuado no país praticando a língua em diferentes contextos, seu progresso foi significativo, um marco alcançado também graças ao seu grande interesse pelo português.
Palavras-chave: Ensino de Português Língua Estrangeira; Teorias de Aquisição de Línguas; Abordagem Comunicativa; Ensino Personalizado; Materiais Didáticos
PRÁTICA DOCENTE EM CONTEXTO INTERCULTURAL: O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA UM ESTUDANTE
HISPANOFALANTE NO BRASIL
Giovanna Costa de Oliveira
Rafaela Quersi
Universidade Federal de São Carlos
O trabalho tem como objetivo principal relatar uma experiência de docência no processo de ensino e aprendizagem em um curso de português como Língua Estrangeira, nível básico, para um estudante hispanofalante, de nacionalidade mexicana, que desenvolve atividade de pesquisa em território brasileiro, necessitando, por isso, aprimorar suas habilidades em português no Brasil. Nesse contexto, o curso em questão é parte prática dos conhecimentos adquiridos na disciplina Ensino de Português para Estrangeiros: Contextos e Práticas, componente curricular optativo do curso de graduação em Linguística, da Universidade Federal de São Carlos. Diante disso, pretendeu-se identificar as necessidades específicas do estudante para, em seguida, criar e executar um planejamento com foco no aprimoramento de sua competência linguístico-comunicativa. As aulas foram conduzidas em formato de ensino híbrido, enfatizando a prática de conversação e atividades de imersão cultural da língua-alvo. Além disso, foram estudados pontos da sistematização do português para aprimorar a habilidade escrita do estudante. Dessa maneira, durante esse período, foi possível observar uma evolução significativa na pronúncia e na compreensão do estudante. Observou-se também um avanço significativo no desenvolvimento das habilidades de comunicação verbal, refletido em uma expressividade ampliada. Isso resultou em uma participação mais constante e engajada nas atividades em sala de aula. Portanto, o trabalho docente não apenas oferece informações valiosas sobre o progresso linguístico do estudante, mas também destaca o papel significativo da formação inicial de professores/as que ensinam a língua portuguesa para estrangeiros.
Palavras-chave: Português para Estrangeiros; Experiência de Ensino; Conhecimento Linguístico.
NO BAILAR DAS EMOÇÕES: REFLEXÕES SOBRE UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA ABORDAR O GÊNERO
CANÇÃO NO ENSINO DE PLE
Guilherme Carraro Pedronero
Universidade Federal de São Carlos
O objetivo do presente trabalho consiste em descrever uma proposta pedagógica para a abordagem do gênero discursivo canção e em analisar teoricamente suas implicações para o ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE). O curso de PLE em que essa proposta
foi implementada, oferecido pelo Instituto de Línguas (IL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), destinou-se a estrangeiros falantes de outras línguas, de nível intermediário, e foi ministrado remotamente. Metodologicamente inscrito na abordagem de Ensino Baseado em Conteúdo, o curso foi organizado em unidades temáticas, às quais vinculou-se a proposta pedagógica de estudo e apreciação de canções brasileiras, objeto deste trabalho, na qual cada aprendente ficou incumbido de selecionar uma canção de seu agrado e apresentá-la ao grupo. A partir da perspectiva teórica de letramento literomusical (Coelho de Souza, 2016), cujos objetivos pedagógicos preveem o estímulo à apreciação e à fruição musicais, objetiva-se demonstrar que os momentos destinados à audição partilhada das canções selecionadas pelos aprendentes constituíram autênticos espaços de acolhimento, para além do simples uso da língua-alvo. Amparadas pelas contribuições teóricas de Candido (2013), Franco (2013) e Moran (2015), as análises também evidenciaram a dimensão intersubjetiva e humanizadora das experiências na/da língua-alvo, a importância de fatores emocionais na composição do complexo fenômeno da autonomia discente e a redefinição da identidade profissional docente no contexto de interações mediadas pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs). Por fim, observou-se que a possibilidade de escolha das canções proporcionada aos aprendentes ensejou interações dignificantes na língua-alvo, fortemente motivadas pela necessidade de partilhar experiências de vida e dores íntimas, que, em uma proposta pedagógica mais controlada, não seriam possíveis.
Palavras-chave: Ensino-aprendizagem de línguas; Português Língua Estrangeira; letramento literomusical; autonomia; humanização.
O DIMINUTIVO EM LIVROS DIDÁTICOS DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA E PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO: UM ESTUDO DOCUMENTAL
João Aparecido Pagnoca Chinez
UFSCar (Letras – Português/Espanhol)
No contexto brasileiro, os diminutivos, conhecidos por sua versatilidade, desvelam aspectos da identidade, estrutura linguística e cultura (CHAUÍ, 2000; ROCHA, 2023). Este estudo investiga o tratamento do diminutivo em livros didáticos de Português como Língua Estrangeira (PLE) e Português como Língua de Acolhimento (PLAc), buscando verificar sua capacidade de transmitir a complexidade cultural e emocional desses elementos aos aprendizes estrangeiros, além da ideia de pequenez (ARMELIN, 2011; ROCHA & VICENTE, 2016). A análise abrange gramáticas (BECHARA, 2005; LIMA, 1989), aspectos formais da língua (GONÇALVES, 2005; GUIMARÃES, 2013; RIO-TORTO, 2022; TURUNEN, 2008) e estudos acadêmicos (MORENO, 1977, 1998; BISOL, 2010; CARVALHO, 2009), destacando a importância de uma abordagem abrangente que explore as conotações emocionais, sociais e culturais dos diminutivos, especialmente afetividade e pejoratividade, na comunicação cotidiana (MONTEIRO, 1991; NOVERÓN, 2005; SANDMANN, 1989; SANTERO, 2014). A pesquisa visa compreender como esses recursos moldam a percepção e a aquisição da subjetividade inerente aos diminutivos por estudantes estrangeiros, contribuindo para a reflexão sobre o ensino eficaz desses elementos em contextos de PLE e PLAc (MOURA, 2005).
Palavras-chave: Diminutivos; Livros Didáticos; Português como Língua Estrangeira; Português como Língua de Acolhimento
DESPERTANDO AS CONSCIÊNCIAS FONÉTICO-FONOLÓGICA E SOCIOLINGUÍSTICA EM HISPANOFALANTES: ABORDAGENS PARA UMA TURMA DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO DE PLE
João Roberto Antunes
Universidade Federal de São Carlos
O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões a respeito dos encontros síncronos e das atividades assíncronas desenvolvidas durante o curso “Português para Falantes de Espanhol - Intermediário”, ofertado no segundo semestre de 2023, por intermédio do Instituto de Línguas (IL), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Antes do início do referido curso, que foi um dos oferecidos no âmbito da parte prática da disciplina “Ensino de Português para Estrangeiros: Contextos e Práticas”, foram mapeadas, por meio de um formulário do Google, as principais demandas dos estudantes inscritos, a fim de que se pudesse produzir um material didático que estivesse de acordo com suas necessidades e expectativas, principalmente por se tratar de um grupo que já possuía uma certa proficiência na Língua Portuguesa. Como quase todas as pessoas inscritas ressaltaram a dificuldade de pronúncia de certos sons e a inabilidade de distinguir aspectos formais e informais da língua, os encontros síncronos foram pensados de maneira a despertar as consciências fonético-fonológica e sociolinguística desses participantes. De forma geral, as aulas foram ministradas por meio da Abordagem Comunicativa (AC) e do método indutivo, em que se partia, inicialmente, da formulação de hipóteses por parte dos alunos para a posterior construção do conhecimento conjunto, sendo necessárias, em alguns casos, sistematizações de determinados tópicos gramaticais. Com isso, é possível analisar as abordagens realizadas ao longo do curso por meio de algumas contribuições da variação linguística e de algumas macroestratégias defendidas por Kumaravadivelu (1998).
Palavras-chave: Português para hispanofalantes; consciência fonético-fonológica; consciência sociolinguística.
A INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE PLE: O CONFRONTO DE MUNDOS NO APRENDIZADO DE UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA
Karina Zampronio da Silva
Thiago Mariano Cunha
Universidade Federal de São Carlos
No presente trabalho relatamos a experiência como professores de português para estrangeiros no seu aspecto geral, bem como as reflexões trazidas durante o exercício docente no nível básico do curso de Português para Estrangeiros oferecido pela UFSCar como parte prática da disciplina Ensino de Português para Estrangeiros - Contextos e Práticas (EPECOPS), no período de novembro/23 a fevereiro/24. A composição destaca desde os primeiros reconhecimentos como profissionais de língua portuguesa a partir de uma outra perspectiva, a do estrangeiro, até o momento de planejamento e atuação nas aulas. A proposta do curso era a de que ele fosse de conversação para o nível intermediário e propiciasse o trabalho com MPB. Porém, na prática, surgiram alunos de nível básico e a estrutura curricular teve que ser modificada. A apresentação sublinha o planejamento com base na Abordagem Comunicativa e os conteúdos propostos, sempre em consonância com a perspectiva funcional. Destacamos também como, ao longo do aprendizado e da prática, a teoria apontou caminhos novos. Por fim, trazemos a experiência de elaborar planos de aula com um enfoque na multi e na interculturalidade, trazendo para a língua estrangeira um pouco do acolhimento e do universo que fazem parte da vida e da realidade do estudante de PLE.
Palavras-chave: português para estrangeiros; ensino e aprendizagem; língua estrangeira; educação
PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS: UMA EXPERIÊNCIA DE ACOLHIMENTO
Karla Francyele Alves dos Santos
Mariana Bartolomeu
Universidade Federal de São Carlos
O presente trabalho visa relatar a nossa experiência como professoras de uma turma de Português como Língua de Acolhimento (PLAc) para trabalhadores estrangeiros. Na primeira semana, realizamos um questionário para conhecer o perfil da turma e planejar adequadamente as aulas. Verificamos que alguns alunos já estavam morando no Brasil; outros estavam fora do país. Verificamos também que eles tinham empregos em diversas áreas. Optamos por uma abordagem inclusiva na primeira aula, incentivando os alunos a compartilharem suas experiências no Brasil, promovendo uma atmosfera acolhedora. Utilizamos alguns livros como base para as aulas, como o “Portas Abertas” e o “Pode Entrar”. Utilizamos, também, uma variedade de materiais, incluindo apresentações em slides e vídeos, mapas, e exploramos tópicos como localização geográfica, diversidade cultural, sotaques brasileiros e aspectos sobre o mundo do trabalho no Brasil. À medida que conhecíamos melhor a turma, íamos adequando o conteúdo conforme necessário, mantendo o foco na comunicação efetiva. Ao longo das aulas, nossa preocupação principal foi criar um ambiente acolhedor, estimulando a participação ativa dos alunos. O curso buscou não apenas ensinar o idioma, mas também proporcionar uma imersão na rica diversidade cultural brasileira, promovendo uma experiência educativa enriquecedora e memorável. Ao término das aulas, observamos que os alunos estavam mais participativos e receptivos a novos temas e materiais, e entregavam as atividades no Google Classroom com mais assiduidade. Como consequência, no final do curso, verificamos uma evolução na aprendizagem dos conteúdos abordados.
Palavras-chave: português como língua de acolhimento; trabalhadores estrangeiros; materiais didáticos; foco na comunicação
PANORAMA LINGUÍSTICO DE TIMOR-LESTE
Livónia dos Santos Araújo da Luz
Universidade Federal de Juiz de Fora (Mestranda em Linguística)
Este trabalho aborda o “Panorama Linguístico de Timor-Leste”. O tema aqui apresentado é parte da minha pesquisa de mestrado que ainda está no processo de redação, sob a orientação da Professora Doutora Paula Roberta Gabbai Armelin. Como o título da dissertação é “Descrição do sistema de gênero gramatical no Tétum Díli”, cabe a nós apresentar questões histórica, política, cultural, religiosa e linguística das línguas faladas no contexto de Timor-Leste. Para esta comunicação, abordaremos principalmente o contato linguístico do Tétum Díli em relação às outras 16 línguas nacionais e línguas como português, indonésio e inglês na comunicação social quotidiana, pois vê-se que essas línguas se entrelaçam e contribuem para o processo de desenvolvimento do Tétum Díli, atuando como Língua Oficial e Língua Nacional do próprio país. O tema em questão será tratado principalmente com base nas teorias de: Adérito Correia (2022), Alan Carneiro (2010), Davi Albuquerque e Kerry Taylor-Leech (2012), Geoffrey Hull e Lance Eccles (2005), John Hajek (2017), Luís Costa (2015), Maria de Carvalho (2023), Natalia Czopek (2021), Vicente Paulino (2023), Rui Ramos e José do Carmo (2020).
Palavras-chave: Panorama Linguístico; Contato Linguístico; Tétum Díli; Timor-Leste.
DIFUSÃO DO PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS: PERCEPÇÕES DE UMA ALUNA GUINEENSE SOBRE UM CURSO DE PLE COM FOCO EM LEITURA E PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Maimuna Baldé
UFSCar – Programa de Pós-Graduação em Linguística (Mestranda)
O presente trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência em um curso de português para estrangeiros (produção e escrita de textos). A metodologia deste trabalho dá-se por viés qualitativo, através de uma abordagem bibliográfica fundamentada nas teorias de CÁ (2015), YURNA (2018), Cá (2019), e Freire (1967). No primeiro momento do curso, os encontros eram presenciais e baseados na apresentação dos gêneros acadêmicos artigo, resumo, bem como na produção e correção dos mesmos. Na última parte do curso, as aulas aconteciam de forma online, devido à rotina dos participantes da formação que eram, na sua maioria, discentes de pós-graduação em Linguística e originários de países de língua portuguesa, em que esse idioma, contudo, não é o do uso nas interações cotidianas. Esse é o caso do cenário guineense, no qual o português é ensinado como primeira língua na escola, mas para os aprendentes ele é considerado como segundo, ou até terceiro idioma devido à diversidade linguística do país. No desenvolvimento do curso, as formadoras decidiram criar uma nova dinâmica com a finalidade de conversar com os estudantes, de maneira a identificar de forma mais precisa as suas necessidades de uso da língua. Os resultados parciais evidenciam a relevância desse curso devido às experiências promovidas durante a formação, em torno da escrita acadêmica e a estruturação dos trabalhos científicos, que na maioria dos casos causam grandes dificuldades aos discentes. Conclui-se que esse curso é de suma importância, de modo que é necessário ser ofertado em cada semestre, tanto para estrangeiros, quanto para brasileiros, visando contribuir para aprimorar a escrita acadêmica, imprescindível no desenvolvimento de trabalhos científicos.
Palavras-chave: Ensino de Português Língua Estrangeira; Leitura e Produção Científica; Difusão do português
POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES NO USO DA MULTIMODALIDADE NAS AULAS ONLINE DE PLAC
Maria Aparecida Neves da Silva
PPGDSCI/UnB
O período crítico durante a pandemia de Covid-19 exigiu adaptações em quase todas as instâncias educacionais. O distanciamento social e o ‘lock down' decretado em várias cidades no Brasil, e de forma parcial em Brasília, contribuíram para que as aulas fossem ofertadas de forma online. Não foi diferente a situação dos grupos de imigrantes internacionais. Esses grupos já necessitados de aulas na perspectiva de PLAC e já em vulnerabilidade social, maximizaram suas demandas no período de isolamento social pois necessitavam permanecer em contato com o idioma nacional para assim acessar os serviços básicos como saúde, trabalho e educação. As instituições acolhedoras desses grupos de imigrantes internacionais não se eximiram em sua maioria em ofertar-lhes aulas de português durante esse período, adaptando suas aulas à modalidade online. O contexto da pesquisa se deu em atividades e aulas ofertadas a uma turma de PLAc (Português como língua de acolhimento). As aulas de PLAc eram ofertadas com vínculo ao projeto de extensão Pro Acolher, coordenado pela Professora Doutora Lúcia Barbosa e vinculado à Universidade de Brasília. A experiência narrada se deu em período de adaptação das aulas, até então presenciais, para aulas remotas. Os resultados alcançados demonstraram que a multimodalidade empregada ao longo das atividades desenvolvidas nas aulas de PLAc contribuíram não só para a diminuição na evasão dos alunos mas também para a motivação dos aprendizes no que concerne às atividades a serem desenvolvidas. Acerca do ensino de PLAc baseou-se em estudos de Barbosa e São Bernardo (2015), Lopes e Diniz (2018) e Cavalcante (2013). Apresentamos ainda teorias acerca da multimodalidade com estudos de Rojo (2013) e Krass (2009) além de estudos sobre aprendizagem baseados em Freire (85)
Palavras chave: PLAc; aulas online; imigração e refúgio
PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL (PLA) EM REDE: UM MECANISMO DE POLÍTICA LINGUÍSTICA EM AÇÃO
Marlon Correa Amaral
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP)
UFSCar- Programa de Pós-Graduação em Linguística (Doutorando)
O Programa “PLA em Rede” é uma iniciativa das Instituições Federais de Ensino que oferecem cursos de Português como Língua Adicional (PLA), os quais são decorrentes da necessidade de fortalecer a internacionalização por meio do ensino do idioma português brasileiro. O programa promove o intercâmbio acadêmico e apoia a integração de imigrantes e refugiados no país. Diante disso, o estudo objetiva discutir o papel do “PLA em Rede” como um mecanismo de política linguística na expansão do ensino de Português como Língua Adicional. Sendo assim, utiliza-se a abordagem teórica de Shohamy (2006; 2007; 2009) sobre mecanismos de política linguística para apresentar os dados informativos a respeito do programa. Conclui-se que essa iniciativa de ensino de Português oferecido pelo Programa “PLA em Rede” se destaca, atualmente como a maior política linguística implementada no Brasil, especialmente em contextos institucionais públicos.
Palavras-chave: Português como Língua Adicional. PLA em Rede. Política Linguística.
A ABORDAGEM COMUNICATIVA NO ENSINO REMOTO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA
Matheus Martins de Oliveira
Universidade Federal de São Carlos (disciplina Epeccops)
O trabalho objetiva abordar aspectos do uso da Abordagem Comunicativa no ensino de português como língua estrangeira em um contexto de ensino remoto. Nesse sentido, busca-se pensar em como se deu a elaboração de atividades que fossem ao encontro das teorias de ensino de língua estrangeira. O trabalho parte das teorias de ensino de línguas estrangeiras apontadas por teóricos como Diane Larsen-Freeman em Techniques and principles in language teaching (2000), buscando refletir sobre teoria e prática no ensino de PLE. A partir dos momentos de “reflexação” (Blatyta, 1999), conduziu-se um curso de nível básico de língua portuguesa para estrangeiros. As atividades elaboradas buscavam inserir os alunos em situações reais (ou simulações de situações reais) de comunicação. Visa-se, portanto, dissertar acerca da interseção entre teoria e prática de ensino de PLE, pensando na elaboração das atividades significativas. O trabalho resultou na aplicação de atividades relevantes e que contaram com alto engajamento dos estudantes. Elas foram elaboradas a partir das necessidades dos alunos e com a inserção de situações comunicativas reais, gerando uma forte interação entre eles. O que poderia ser apontado como desvantagens do ensino remoto (a distância entre os alunos, por exemplo) foi utilizado como vantagem para a elaboração de atividades (como entrevistas em que os estudantes buscavam se conhecer melhor). Os estudos da gramática da língua aconteciam por meio de ilhas de sistematização, quando necessário.
Palavras chave: PLE; Ensino de línguas estrangeiras; Abordagem comunicativa;
A ABORDAGEM COMUNICATIVA NO ENSINO REMOTO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA
Matheus Martins de Oliveira
Universidade Federal de São Carlos
O trabalho objetiva abordar aspectos do uso da Abordagem Comunicativa no ensino de português como língua estrangeira em um contexto de ensino remoto. Nesse sentido, busca-se pensar em como se deu a elaboração de atividades que fossem ao encontro das teorias de ensino de língua estrangeira. O trabalho parte das teorias de ensino de línguas estrangeiras apontadas por teóricos como Diane Larsen-Freeman em Techniques and principles in language teaching (2000), buscando refletir sobre teoria e prática no ensino de PLE. A partir dos momentos de “reflexação” (Blatyta, 1999), conduziu-se um curso de nível básico de língua portuguesa para estrangeiros. As atividades elaboradas buscavam inserir os alunos em situações reais (ou simulações de situações reais) de comunicação. Visa-se, portanto, dissertar acerca da interseção entre teoria e prática de ensino de PLE, pensando na elaboração das atividades significativas. O trabalho resultou na aplicação de atividades relevantes e que contaram com alto engajamento dos estudantes. Elas foram elaboradas a partir das necessidades dos alunos e com a inserção de situações comunicativas reais, gerando uma forte interação entre eles. O que poderia ser apontado como desvantagens do ensino remoto (a distância entre os alunos, por exemplo) foi utilizado como vantagem para a elaboração de atividades (como entrevistas em que os estudantes buscavam se conhecer melhor). Os estudos da gramática da língua aconteciam por meio de ilhas de sistematização, quando necessário.
Palavras chave: PLE; Ensino de línguas estrangeiras; Abordagem comunicativa;
O CASO DOS ESTRANGEIROS NÃO-OCIDENTAIS: PROPOSTAS DE AJUSTES PARA UM MAIOR ACOLHIMENTO NO ENSINO DE PORTUGUÊS
Maria Carolina Delgado Faria Alvarenga de Oliveira
Mariana Frugeri Silva
Moisés Almada Melo de Paiva
Universidade Federal de São Carlos
Através de nossa experiência em Português como Língua Estrangeira, percebemos que a concepção de língua da qual partimos é ocidentalizada. Notamos alguns problemas de comunicação e um distanciamento por parte dos aprendizes falantes de línguas não-ocidentais, que possuem outros referenciais de compreensão, como diferentes sistemas de escrita e tradições gramaticais. Percebemos a importância de discutir esses aspectos nas aulas a partir das contribuições dos próprios estudantes e consideramos que, com ajustes constantes, o curso se tornou mais sensível à interculturalidade e mais acolhedor aos aprendizes. Por isso, analisando tanto os materiais didáticos usados como base, quanto os que elaboramos durante o curso, buscamos investigar como as diferentes propostas de ensino podem modificar os sentidos produzidos na interação em sala de aula. Também refletimos sobre quais estratégias podem efetivar um aprendizado melhor dos estudantes que apresentam grandes diferenças culturais.
Palavras-chave: interculturalidade, acolhimento, ajuste, participação, ensino de estrangeiros
APRENDENDO COM A DIVERSIDADE: UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO COLABORATIVO COM UM ALUNO INTERNACIONAL
Pamela Sthefani do Amaral Lopes Lima
Pedro Sabino
Universidade Federal de São Carlos
O presente trabalho traz como foco o ensino de Português para um aluno sírio, que está em seu país de origem, que não tem contato com a língua portuguesa e que ingressará em um programa de pós-graduação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar - Sorocaba). Sem o aspecto de imersão que os alunos de outros cursos da disciplina Ensino de Português para Estrangeiros: Contextos e Práticas vivenciam, buscamos abordar aspectos do cotidiano brasileiro, de maneira funcional, para proporcionar melhor ambientação a esse estudante em sua chegada ao país. Este trabalho tem o objetivo de apresentar as experiências compartilhadas durante as aulas no período do curso. Buscamos também ampliar o conhecimento de português do aluno, por meio de (i) atividades que incorporassem a percepção de diferentes visões de mundo, explorando diferenças culturais e como elas atuam de forma funcional na língua de cada comunidade; e (ii) identificação das semelhanças nas línguas e na construção do pensamento. Ao planejarmos as aulas, usamos como base procedimentos metodológicos que constituem o ensino atual de língua estrangeira e que são contemplados nos livros “Bate-Papo: An Introduction to Portuguese” (2019), e “Portas Abertas: Português para imigrantes” (2018). Destacamos também a necessidade da criação de um material didático para as aulas com questões da cultura brasileira, numa adaptação do material que já tínhamos e que possibilitasse o trabalho com conteúdos significativos, que permitissem deslocar o foco de aspectos meramente gramaticais, o que se mostrou eficiente e contou com sensível engajamento do aluno. Nesta apresentação focalizaremos alguns resultados da prática pedagógica desenvolvida e a sua avaliação pelo próprio aluno.
Palavras- chave: Ensino de Português; Diversidade; Colaboração.
O PORTUGUÊS BRASILEIRO NA ESLOVÊNIA
Paula Aline Prearo Jelaš
Professora de português em instituições distintas em Liubliana
O Português, língua falada oficialmente por quase 300 milhões de pessoas ao redor do mundo - segundo um artigo publicado na revista Exame (Revista Exame,12/04/2023)_ -, é um idioma que une e reúne nações, apesar de suas diferenças culturais, como os sotaques distintos encontrados em países como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Brasil, cujo território abriga disparidades linguísticas em cada uma de suas cinco regiões, mas que, entretanto, tem mantido fortemente a nação brasileira sem grandes fraturas efetivamente separatistas. O território brasileiro é um dos grandes responsáveis pela elevação das estatísticas que elevam o português como língua que desperta curiosidade e interesse ao redor do mundo, possuindo cerca de 210 milhões de falantes. Dada sua importância o Português se faz presente para além da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – que tem como objetivo disseminar a cooperação em todos os domínios, inclusive os da Educação, Saúde, Ciência e tecnologia etc., estando presente em países de dimensões territorial e populacional bastante reduzidas, se comparados ao Brasil. Um desses pequenos países é a Eslovênia, situado na Europa central, cuja população é composta por cerca de apenas 2 milhões de habitantes, sendo por volta de 300 o número de brasileiros residentes em diferentes áreas, segundo o consulado brasileiro em Liubliana, a capital do país. Sendo assim, sem nos descolarmos dos dados aqui apresentados, esta comunicação tem por finalidade apresentar a importância do português, principalmente a variante brasileira, na Eslovênia, como língua, cultura e sociedade de grande importância e interesse aos eslovenos. A asserção se confirma por meio de práticas de ensino-aprendizagem da variante brasileira desenvolvida em três escolas eslovenas pela autora, desde 2022, e pelo número crescente de cidadãos eslovenos que buscam aulas do idioma e interações, das mais variadas, com a comunidade brasileira presente no país.
Palavras-chave: português brasileiro; Eslovênia; ensino-aprendizagem; comunidade brasileira; eslovenos.
PORTUGUÊS BRASILEIRO E PORTUGUÊS EUROPEU NA EDUCAÇÃO BÁSICA ESPANHOLA: EXPERIÊNCIAS COMO AUXILIARES DE CONVERSAÇÃO
Samine de Almeida Benfica
(Ifes/Ufes)
Luiz Carlos Rodrigues
(UFFS)
Este trabalho propõe-se a socializar e a discutir a experiência de ensinar a língua portuguesa para estudantes da educação básica, de 10 a 18 anos, na cidade de Ayamonte, sudoeste da Espanha, fronteiriça com Portugal. A interação com a língua portuguesa é costumeira ao cidadão ayamontino, que recebe regularmente a visita dos vizinhos portugueses e frequenta também as cidades lusas na borda da fronteira. As crianças espanholas vivem e crescem nesse contexto, e têm a oportunidade de aprender e aprimorar suas competências orais em língua portuguesa na escola, com professores naturais da Espanha, assistidos por auxiliares de conversação brasileiros ou portugueses. Embora o papel do auxiliar de conversação seja o de facilitador do processo de aprendizagem, alguns embaraços ocorrem em sua interação com o docente titular e com os discentes, entre os quais evidencia-se o conflito sobre o uso variável de estruturas linguísticas das variedades brasileira e europeia da língua portuguesa. Neste enredo, emergem tópicos caros à Sociolinguística Variacionista e aos estudos de ensino de Português como Língua Estrangeira que serão discutidos nesta sessão: as diferenças sistemáticas entre as variedades, a importância do ensino dessas diferentes variedades, os estereótipos linguísticos e sociais e as diversidades culturais.
O ENSINO DE PORTUGUÊS L2 PARA FINS ESPECÍFICOS: DA ANÁLISE DE NECESSIDADES PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
Tomé Martins
UFSCar - Programa de Pós-Graduação em Linguística (Doutorando)
Universidade Nacional Timor Lorosa´e
A importância do uso da língua portuguesa no âmbito de trabalho em órgãos do governo em Timor-Leste faz com que a formação nesse idioma seja de grande procura por parte de diversas repartições, particularmente no investimento da formação nessa língua, a fim de que ela possa ser usada no contexto profissional. Nesse sentido, a presente comunicação tem como objetivo relatar uma pesquisa que teve como objetivo conceber um programa e um conjunto de materiais didáticos de ensino de língua portuguesa para fins específicos para os funcionários da Presidência da República. Na fundamentação do nosso trabalho, optamos por usar os seguintes autores: Ondera (2016), o qual salienta que identificar as necessidades dos alunos é o ponto de partida para o desenho do curso, Baltazar (2020) e Irsad e Anwar (2018), que definem o ensino de línguas para fins específicos como ensino voltado para uma área particular. Assim, para alcançar os objetivos definidos nessa investigação, foi feita uma aplicação de questionário aos funcionários na referida instituição, cujo objetivo foi identificar as necessidades dos participantes, os conteúdos temáticos relevantes, os textos escritos e orais, bem como as áreas de vocabulários específicas de uso do português na Presidência da República. Os dados foram interpretados e analisados qualitativamente a partir do questionário e, com base em informações recolhidas, foi criado um programa específico com os seus respetivos materiais didáticos que correspondem às necessidades e à realidade de um público profissional do nível B1, de modo que eles possam aprender língua numa perspetiva específica na referida instituição. Após ter feito a análise de dados, concluímos que a busca pela realidade e necessidade dos aprendentes de língua antes de iniciar um curso é o passo essencial para o seu planejamento, pois contribui significativamente na elaboração de programa e produção de materiais didáticos para fins específicos.
Palavras-chave: Português para Fins Específicos, Análise de Necessidades, Criação de Programa, Produção de Materiais Didáticos.
LINGUÍSTICA DE CORPUS E PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL: UM ENFOQUE PRÁTICO NA AULA DE CONVERSAÇÃO
Wesley Henrique Acorinti
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
A Linguística de Corpus (LdC) compreende a língua como um sistema probabilístico (Halliday, 1991) e fundamenta-se na análise empírica de conjuntos criteriosos de dados linguísticos autênticos através de ferramentas computacionais (Biber; Conrad; Reppen, 1998). Recentemente, diversos estudos têm se concentrado nas aplicações pedagógicas dos referenciais teórico-metodológicos da LdC e na criação de materiais didáticos baseados em corpora para o ensino de inglês, como o projeto Corpus for Schools (Gablasova, s.d). Entretanto, as pesquisas que conectam o ensino de português como língua adicional (PLA) com a LdC ainda são escassas. Este trabalho busca evidenciar as potencialidades da LdC em contextos de ensino e aprendizagem de PLA, apresentando uma iniciativa implementada em um curso de conversação em português para estudantes estrangeiros nos primeiros semestres de uma universidade federal brasileira especializada em ciências da saúde. A abordagem adotada envolveu uma sequência de tarefas para explorar o Corpus do Português (Davies, 2014) a partir da problematização sobre os modos como o uso da língua portuguesa em diferentes períodos pode refletir as atitudes da sociedade em relação à saúde. Ademais, tivemos como objetivo secundário o desenvolvimento do letramento de corpus (Mukherjee, 2006) pelos estudantes. As tarefas propostas incluíram a exploração de gráficos de frequência e linhas de concordância com o objetivo de responder à problematização central, compreender o conceito de colocação e desenvolver o vocabulário relacionado à descrição de gráficos, saúde mental e educação física. Essas atividades ofereceram indícios da natureza padronizada da língua, preconizada pela LdC. A produção de um comentário reflexivo pelos estudantes sobre as aulas destacou o reconhecimento do valor da LdC para aprimorar os seus conhecimentos linguístico-discursivos. Este estudo ressalta a relevância do uso direto da LdC na melhoria da proficiência linguística e seu papel na promoção da autonomia dos estudantes para navegar nas complexidades do uso da língua.
Palavras-chave: Corpus do Português. Letramento de corpus. Tarefas.
A RELEVÂNCIA DA GRAMÁTICA NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE PLE
Yeris Gerardo Láscar Alarcón
UnB
É preciso valorizar não somente os aspectos da comunicação da língua, mas também os aspectos gramaticais. A Gramática Prescritiva (Normativa) e a Descritiva fazem parte da variação formal da língua. Na comunidade linguística e acadêmica há diversas gramáticas, as quais são estudadas sistematicamente, tais como a Gramática Normativa, Gramática Descritiva, Gramática Gerativa, Gramática Histórica, entre outras. O objetivo central desta comunicação é apresentar uma breve reflexão a respeito da relevância do ensino de gramática para os estudantes de PLE, a fim de contribuir com as metodologias à luz da competência gramatical. Na teoria e prática, a gramática facilita o entendimento da estrutura da Língua Portuguesa. Com exemplos de um universo maior, será demonstrado como o conhecimento da análise gramatical (lógica) da língua amplia a competência oral e, principalmente a competência escrita dos estudantes de PLE. A índole desta pesquisa é fundamentada no estudo de caso. Considerando a experiência individual, o autor relata como foi o processo de aprendizagem de PLE diante de sua trajetória e permanência no Brasil como imigrante há mais de trinta anos. As reflexões linguísticas confirmaram que a aprendizagem da gramática possibilitou a proficiência de PLE de forma satisfatória. Ademais, foi possível entender como a gramática foi fundamental para a formação do imigrante em questão, atualmente professor, passando pelo ensino fundamental, médio e superior. Mesmo que haja discrepância entre a norma e o uso da língua, conclui-se que, em tese, a principal finalidade da gramática deve ser a de facilitar o aprendizado da língua ao invés de dificultá-lo.
Palavras-chave: Linguagem e Ensino-Aprendizagem de Língua(s); Gramática; Português língua estrangeira.