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A co-construção do conhecimento em salas de aula de PLE

Prof. Dr. Ricardo Moutinho (Universidade de Macau)

Como todas as atividades humanas, aprender uma língua (e em uma língua) requer participação. Porém, quatro perguntas merecem destaque quando falamos de participação em ambientes educacionais. A primeira é: como esta participação é organizada? A segunda: que espaços discursivos emergem desta organização? A terceira: esses espaços discursivos que emergem em sala de aula são significativos para os alunos agirem no mundo fora da sala de aula? E a quarta: esses espaços são estáveis ou renegociados durante a interação? São essas perguntas que norteiam este trabalho, realizado em uma sala de aula de PLE de nível primário em Macau, China. Discuto como os espaços discursivos construídos na sala de aula contemporânea interagem com ambientes tradicionais de ensino. Para isso, analiso como os alunos e a professora renegociam direitos em sala de aula, deixando marcas em suas ações que os identificam não apenas como aprendentes ou ensinantes, mas como sujeitos críticos e transformadores do processo de ensino-aprendizagem.

 

Palavras-chave: co-construção do conhecimento, aprendentes chineses, estruturas de participação

O Ensino de PFOL (e Português) na UNILA: Percepções e Relatos de uma experiência docente em contexto intercultural-multilingue

Prof. Dr. Jocenilson Ribeiro dos Santos (Unila)

Esta proposta tem como objetivo apresentar um breve panorama do ensino de português para não-brasileiros no contexto em que se encontra a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e sua missão enquanto universidade internacional com vocação pluri e multicultural. De modo particular, pretende-se descrever um cenário de práticas e representações do ensino de línguas a partir das primeiras experiências e percepções, por um lado, e algum levantamento via questionário, por outro, contrastando com o discurso oficial nos documentos de institucionalização da UNILA. Segundo seu Estatuto, no Art.2°, “A UNILA, universidade federal pública brasileira, tem vocação latino-americana, compromisso com a sociedade democrática, multicultural e cidadã e fundamenta sua atuação no pluralismo de ideias, no respeito pela diferença e na solidariedade, visando a formação de acadêmicos, pesquisadores e profissionais para o desenvolvimento e a integração regional.” No artigo 5o, o documento apresenta, entre onze princípios, três que estão particularmente relacionados ao conceito de língua e à prática de ensino de línguas (português e espanhol para estrangeiros ou PLA/ELA), a saber: “II - o respeito a todas as formas de diversidade”; “VIII – educação bilíngue: português e espanhol”; e “IX – promoção da interculturalidade”. Com base nestes conceitos oficiais, procurei neste primeiro ano de atuação docente compreender os modos de funcionamento da educação bilíngue, da promoção da interculturalidade e da manifestação da diversidade dentro e fora da sala de aula. As primeiras constatações revelam contradições dos próprios conceitos instituídos oficialmente (documento oficial), posto que a realidade do ensino de PFOL na UNILA tem sido mais complexa e desafiadora para nós professores e toda a instituição, pondo em xeque a noção de língua adicional onde os “pesos e as medidas” poucas vezes se equivalem, nem se somam, nem se subtraem, mas multiplicam-se e dividem-se no espaço inter-dialógico que é a UNILA, em Foz do Iguaçu e suas fronteiras.

Palavras-chave: português língua estrangeira e materna, UNILA, interculturalidade, relatos de experiências

Aulas de português no exterior:

isso (não) é uma viagem

Profª Drª Maria Helena da Nóbrega (USP)

 

O ensino de português para estrangeiros é uma realidade consolidada que resiste à retração da economia brasileira. No exterior, além das lições em embaixadas ou centros e associações de estudos brasileiros, há cursos de língua portuguesa e cultura brasileira e/ou portuguesa em diversas universidades do mundo, por exemplo: em Macau (China), Hanói (Vietnã), Praga (República Tcheca), Estocolmo (Suécia), Aarhus (Dinamarca) e em muitas universidades dos EUA, como Georgetown, Harvard, Yale, Columbia, Stanford e muitas outras. Esta apresentação aborda cursos de português para estrangeiros oferecidos fora da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, analisando o ensino – como ocorrem as práticas pedagógicas nesses contextos – e a aprendizagem – por que estrangeiros almejam conhecer o idioma e a cultura do Brasil. Interessa também divulgar como são selecionados os professores desses cursos, mostrando oportunidades de atuação para profissionais da área de Letras que possuam formação adequada no ensino de português para estrangeiros.

Português Língua Estrangeira: ações, desafios e perspectivas em um projeto de extensão em universidade pública

Profa. Dra. Marta Lúcia Cabrera Kfouri Kaneoya (Unesp Rio Preto)

Esta apresentação terá como enfoque as ações, desafios e perspectivas em torno do Projeto "Português Língua Estrangeira", desenvolvido, desde 2012, como extensão universitária no campus da Unesp de São José do Rio Preto, SP. Tal projeto teve como ponto de partida o atendimento à demanda de alunos estrangeiros de pós-graduação em Engenharia de Alimentos, que necessitavam aprender português para atuar acadêmica e socialmente junto à Universidade. Posteriormente, o Projeto ampliou-se, passando a ser contexto não somente de ensino de PLE, mas também de geração de pesquisas de pós-graduação em Estudos Linguísticos e campo de formação de professores de/em PLE, áreas até então não exploradas na Instituição. O Projeto, que tem como apoio teórico-metodológico os estudos da interculturalidade e da abordagem humanizadora, também desenvolve ações interculturais em torno do PLE e sua interação com as línguas/culturas de origem dos participantes.

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