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AVALIAÇÃO EM PLE, “COMO FAZER?”: ELABORAÇÃO E DESDOBRAMENTOS SOB PERSPECTIVA DE DUAS PROFESSORAS EM FORMAÇÃO

Gabriela Stahlhauer Conde (UFSCar) e Ana Claudia da Silva Junqueira (UFSCar)

 

O objetivo deste trabalho é compartilhar algumas das experiências vivenciadas por duas alunas em formação e também professoras no projeto “Ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE)” realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e vinculado ao Instituto de Línguas (IL), no segundo semestre de 2016. O curso ministrado de “básico 1”, de acordo com a definição seguida e orientada pelo Centro de Referência de Português para Estrangeiros (CEREPE), que será tratado nesse trabalho, teve como público-alvo estrangeiros que têm o espanhol como língua materna. Apesar de todos os processos didáticos que envolvem um curso de LE, o trabalho focará, principalmente, na última etapa desse processo de ensino-aprendizagem: a avaliação. No decorrer da apresentação mostraremos o seu desenvolvimento organizado a partir do nível e dos temas trabalhados em sala de aula, os quais foram condizentes com aquilo que se espera de um estudante que tem interesse ou encontra-se nesse nível de proficiência. É importante enfatizar que, ainda que essa seja a última etapa desse processo, a avaliação não deve ser encarada apenas como um fim enquadrativo / avaliativo dos discentes em questão. Antes disso, ela deve ser entendida como um instrumento que colabora com a reflexão da prática docente, contribuindo não apenas para a formação do aluno, mas também do (futuro) professor, visando o aprimoramento do profissional no ensino de PLE.

ABORDAGEM DE ENSINAR VERSUS ABORDAGEM DE APRENDER: O DESAFIO DA HARMONIZAÇÃO EM AULAS DE PLE

Andressa Jove Godoy (UFSCar)

Ensinar língua materna como língua estrangeira nos coloca em situação de constantes “desconfortos”, que são intensificados quando nos deparamos com estudantes que aprendem por meio de abordagem diferente da qual nos valemos para lecionar. Dessa maneira, as incompatibilidades existentes entre o habitus de aprendizagem e o habitus de ensino podem funcionar como obstáculos para aquisição da língua por parte do aluno e para o desenvolvimento da docência pelo professor. Entretanto, com o auxílio da reflexão e do planejamento colaborativo, essas discrepâncias podem ser um dos motivos para, tanto aluno quanto professor, continuarem buscando uma prática menos conflitiva, de forma a se sentirem mais satisfeitos durante o processo de ensino-aprendizagem e também para que ele seja mais eficiente. Assim, seja para cumprir demandas e interesses, seja para propiciar ambiente adequado para aquisição, a harmonização de abordagens se faz necessária para conciliar práticas diferentes sem que o professor tenha que transmutar seu fazer pedagógico ou impor suas crenças aos seus alunos.

A “SINALIDADE” NO PROCESSO LINGUÍSTICO DE ASSIMILAÇÃO E AS ABORDAGENS DIALÓGICAS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE PLE

Camila Cristina de Oliveira Alves (Unesp)

A “sinalidade” se constitui no processo de assimilação de uma língua estrangeira por um dado sujeito, no reconhecimento de um sistema linguístico abstrato de formas normativas. Esse movimento de compreensão de outra língua se dá no início da aprendizagem, quando o sujeito não a domina e, portanto, a prática viva da linguagem e a consciência linguística ainda são inexistentes, ou apenas começam a se delinear. A assimilação real da LE ocorre de fato, segundo Bakhtin/Volochínov (2006), quando o “sinal” é absorvido pelo signo e o reconhecimento pela compreensão. Desse modo, o sujeito passa a enxergar a língua em seu contexto, processo que já acontece com o falante nativo - a linguagem como múltiplas enunciações de uma comunidade em sua própria prática linguística, não mais apenas um conjunto de regras gramaticais e lexicais. Com o objetivo de apresentar práticas de ensino que viabilizem de modo eficaz esse processo de compreensão, propomos nesta comunicação a discussão de abordagens as quais chamamos dialógicas, da perspectiva do conceito de diálogo bakhtiniano e também do ponto de vista prático, que levem em conta: a) a troca, ou flexibilização, do método tradicional e expositivo de ensino por uma prática participativa e de engajamento dos alunos, por meio de estratégias que incluam a utilização de novas mídias; b) interculturalidade através das artes no ensino de PLE, tais quais: literatura, música e cinema, a fim de despertar nos alunos, participantes desse diálogo, a linguagem em seu contexto prático, social e cultural. Propomos, portanto, a discussão de estratégias de ensino-aprendizado em PLE que se pautem na interação, no processo cognitivo atravessado pela alteridade do “ser” no mundo da cultura. Para tal, apresentaremos ideias e um modelo blendedlearning, no qual entendemos o aluno como parte ativa da enunciação, propiciando o estabelecimento de uma comunicação sócio-discursiva em sala de aula.

PENSANDO O PROFESSOR DE PLE EM FORMAÇÃO

Cintia do Nascimento Severino (Unesp) e Nildiceia Aparecida Rocha (Unesp)   

O presente trabalho pretende trazer reflexões sobre a formação de uma acadêmica que, ao longo do curso de Letras, participa do Projeto de Extensão "Ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE) para estrangeiros", da UNESP/FCLAr. Esse Projeto existedesde 2012e tem desenvolvido ações no ensino de PLE, promovendo a aprendizagem da língua discursiva, comunicativa e culturalmente aos estrangeiros da comunidade araraquarense e aos intercambistas estrangeiros da UNESP, sob a orientação e a coordenação da Profa. Dra. Nildicéia Aparecida Rocha e da Profa. Dra. Rosangela Sanches da Silveira Gileno, docentes da FCLAr. Segundo Almeida Filho (2011), "ensinar língua portuguesa como está colocada no contexto brasileiro não é tarefa fácil, principalmente se levarmos em conta que há desejos ou pressões contrárias nos contextos, que a língua-alvo tem uma cultura diversa por trás de si e que esse idioma se relaciona politicamente com um país, Brasil, em forte processo de formação". Assim, por meio da atuação no projeto, desde 2013,a bolsista desenvolve reflexões sobre as suas atuações e experiências dentro e fora da sala de aula de PLE no processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa em contexto de imersão, sendo acompanhada pela orientação dos professores e colaboradores do projeto. Além disso, a bolsista conta com a contribuição dos referentes teóricos e metodológico por meio de leituras e discussões em reuniões semanais com o grupo que participa do projeto de extensão. Ademais, "o lugar da cultura é o mesmo da língua quando essa se apresenta como ação social propositada" (ALMEIDA FILHO, 2011), e, portanto, inseridos no projeto de extensão, também procuramos desenvolver a competência cultural e intercultural no ensino de línguas, permitindo conhecer as diferenças entre a sua cultura e a cultura do outro e lidar de maneira compreensiva com os costumes dos participantes dessa interação (ROZENFELD; VIANA, 2011), desenvolvendo uma atitude de reflexão e autonomia frente à diversidade intercultural.

MATERIAL DIDÁTICO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS IN COMPANY

Carolina Moya Fiorelli (Unesp)

A procura pelo ensino-aprendizagem de Português como Língua Estrangeira (PLE), em território brasileiro, tem aumentado a cada ano. Geralmente os públicos interessados são alunos de instituições de ensino superior quanto por companhias multinacionais instaladas no Brasil. O ensino de PLE para essas empresas multinacionais tem se configurado como português in company.Podemos diferenciá-lo do ensino de PLE para universitários pelo fato de que os alunos das companhias já estão empregados, residem no país e buscam aprender a língua com foco diferente dos universitários. Nesse contexto empresarial, sob perspectiva de ensino de línguas para fins específicos, o material utilizado durante as aulas foi elaborado para atender as necessidades urgentes dos alunos(como, por exemplo, a interação entre colegas de trabalho, situações cotidianas) e para apresentar a cultura do povo brasileiro, com uma abordagem mais comunicativa. Nesse sentido, a presente comunicação visa apresentar o contexto de ensino de Português em uma companhia sul-coreana instalada na cidade de Araraquara;mostrar o material didático elaborado para atender as necessidades dos alunos do curso de Português; e discutir as dificuldades em sala de aula encontradas pela professora do curso. Temos expectativa que esse trabalho possa apresentar um novo contexto de ensino de português para graduandos em Letras e também promover uma reflexão sobre a elaboração de material didático para situações específicas.

PLANEJAMENTO DE UM CURSO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO: ESPECIFICIDADES E PRÁTICA INTERCULTURAL NA AQUISIÇÃO DA SEGUNDA LÍNGUA

 Gabriel Maldonado Fabbro Sarturato (UFSCar)

Durante o segundo semestre do ano de 2015, o programa de Português como língua estrangeira, oferecido pelo Centro de Referência de Português para Estrangeiros da UFSCar, teve no curso de nível básico um aluno de nacionalidade síria na condição de refugiado. A aquisição de segunda língua (L2) em tal condição tem especificidades, que são observadas, em LA, no desenvolvimento do conceito de Língua de Acolhimento. Na base teórica para tal conceito, reconhece-se a condição ímpar de aquisição de língua em que um refugiado se encontra. A aquisição da língua do país anfitrião é questão emergencial para a inserção do refugiado na sociedade em que passou a viver. Sendo assim, a inserção social do estudante refugiado e sua experiência intercultural são questões fundamentais a serem consideradas no planejamento. No caso aqui relatado, o curso foi planejado para a duração de dois meses, com a adoção de um livro didático e materiais de apoio preparados pelo professor. Com o curso em andamento, mudanças nos planos de aulas precisaram ser feitas, principalmente quanto a elementos lexicais e funções comunicativas de necessidade imediata do estudante. Nesta comunicação, apresentamos uma defesa da importância do conceito de língua de acolhimento e, também, da importância de sua inclusão na formação da competência teórica do profissional de ensino de línguas, que, preparando-se para desenhar e ministrar cursos de L2 em contextos de acolhimento, pode auxiliar em uma experiência de aquisição satisfatória.

IMPLICAÇÕES DA PRONÚNCIA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO PARA ALUNOS FALANTES DO ESPANHOL

Ianni Coletti  (UFSCar) e Mariana de Setta Bertoldi (UFSCar)    

O presente trabalho visa discutir a abordagem de rotinização no ensino de Português para Estrangeiros, focalizando nos alunos falantes do espanhol. Como base para discussão, revisitaremos a investigação do processo de aprendizagem de língua estrangeira, trazida por Almeida Filho (2011)a fim de demonstrarmos o papel da pronúncia na rotinização e quais as implicações no aprendizado. Inicialmente partiremos do princípio de que, sendo o aluno um falante de língua próxima àquela que lhe é ensinada, aumenta a probabilidade de que utilize a pronúncia de sua língua materna, acreditando tratar-se da pronúncia estrangeira, uma tendência que, ao longo das atividades, faz com que o esforço para falar na LE diminua, levando o aprendiz a utilizar palavras estrangeiras, cuja outra forma ele já havia aprendido. Desse modo, o papel do reforço dos sons na nova língua torna-se fundamental como marca da diferença, fazendo com que o aluno se discipline para maior aproximação da pronúncia correta e, por consequência, da língua. Os métodos que apresentaremos de repetição oral foram de palavras simples até interpretações de diálogos, permitindo que, nos primeiros casos, os sons fossem reconhecidos e, nos outros, postos em prática.

O FILTRO AFETIVO E AS MICROESTRATÉGIAS EM UM CURSO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (PLE)

Jéssica Rodrigues Rosa (UFSCar) e Leticia Castilho (UFSCar) 

Ao considerarmos a hipótese do Filtro Afetivo, proposta por Krashen (1977), que mostra como fatores afetivos podem influenciar na aprendizagem de uma segunda língua e que poderiam explicar em parte a existência, em uma mesma sala de aula, de alunos com mais facilidade em aprender uma língua estrangeira e outros que demonstram certa resistência, este trabalho pretende analisar o papel do professor dentro de uma sala de aula de português língua estrangeira (PLE) com a pretensão de contribuir com a diminuição do Filtro e da barreira emocional dos alunos. O contexto a ser analisado é um curso básico de português língua estrangeira para alunos falantes de espanhol ministrado por duas professoras em formação que possuíam apenas dois alunos colombianos. Paratanto, as professoras basearam-se em macroestratégias de Kumaravadivelu (1994) para maximizar as oportunidades de aprendizagem, facilitar a interação negociada, incrementar a consciência intercultural, entre outras, para criarem microestratégias adequadas à esta situação específica. Entretanto, embora as docentes tenham conseguido minimizar de forma significativa o filtro afetivo dos alunos, um deles apresentou maior resistência, aquele que, curiosamente, estava há mais tempo no Brasil. Portanto, a partir desta experiência e da resistência apresentada pelo estudante, as professoras resolveram repensar como ocorreram as suas aulas baseadas em Krashen e Kumaravadivelu.

PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS: DESAFIOS E REFLEXÕES PARA ENSINAR A LÍNGUA MATERNA

Jorcemara Matos (UFSCar) e Camila Cristina Nunes Martins (UFSCar)

A área de Português para Estrangeiros, doravante PE, é relativamente nova no panorama da Linguística Aplicada no Brasil. Contudo, tem crescido de forma significativa a cada ano, contribuindo para que mais pesquisas, estudos e trabalhos sejam feitos. Sendo assim, essa comunicação visa expor o desenvolvimento e resultados oriundos do curso de PLE (Português Língua Estrangeira), oferecido neste semestre, tendo em vista reflexão sobre desafios encontrados ao se ensinar a língua materna. A metodologia e os materiais utilizados foram pensados de forma que contemplassem uma turma de nível intermediário I, ou seja, visaram propiciar um domínio operacional da língua (uso de estruturas simples da língua) para que os alunos pudessem compreender e produzir textos orais e escritos em situações do cotidiano e em contextos conhecidos, bem como apresentar e discutir questões referentes à língua-cultura brasileira. A partir de uma abordagem comunicativa, baseada em vários textos e artigos de Almeida Filho, foram desenvolvidas atividades que prezassem pelo uso da língua em um contexto real, ou seja, conteúdos que fossem relevantes aos alunos e que, por meio deles, pudessem agir sobre a língua. Os resultados obtidos foram muito satisfatórios. Os alunos demonstraram grande interesse nas aulas, desenvolveram seus conhecimentos tanto da língua portuguesa quanto da cultura brasileira, bem como aprimoraram suas pronúncias.

OLHA SÓ QUE PAIZÃO VOCÊ TEM: DISCUSSÕES SOBRE ASPECTOS CULTURAIS A PARTIR DE PUBLICIDADE BRASILEIRA NO ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA

Marina Ayumi Izaki Gómez (UFSCar)

Este trabalho tem como objetivo promover discussões acerca de aspectos (inter)culturais a partir de publicidade brasileira, usada como material didático no ensino e aprendizagem de Português Língua Estrangeira (PLE). As discussões construídas neste trabalho estão fundamentadas em pressupostos comunicativos e sob perspectiva cultural. Atendendo aos interesses e às necessidades dos aprendizes, foram selecionados materiais autênticos relevantes ao contexto de ensino e aprendizagem desses estudantes estrangeiros. Um dos materiais selecionados foi a publicidade brasileira (foco deste trabalho) que se configurou como potencial material didático por possibilitar reflexão sobre aspectos (inter)culturais em sala de aula, por meio da interação professor e aluno. Os significados construídos a partir dessa reflexão possibilitaram evidenciar que língua-cultura e social são indissociáveis e, portanto, discussão imprescindível no ensino de línguas. Por meio do olhar de outro sujeito sobre nossa língua-cultura, temos a oportunidade de (re)significar o modo como a concebemos. Nesse processo, segundo Dornbusch (1998), é apenas através do olhar de uma outra cultura que a cultura estrangeira se revela mais completa e profundamente. Nossa expectativa é de que este trabalho possa contribuir para ampliar reflexões acerca de aspectos (inter)culturais em sala de aula de PLE e produzir discussões relevantes sobre esse tema no ensino. 

"EU FALO BRASILEIRO E BOLIVIANO”: UM ESTUDO SOBRE A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE DE CRIANÇAS ESPANOHABLANTES EM UMA ESCOLA DA PERIFERIA BRASILEIRA

Naiara Siqueira Silva (Unicamp)

Este artigo tem como objetivo entender (i) a relação de uma criança espanohablante com seu repertório linguístico (BLOMMAERT, 2010; GARCIA, 2009, RYMES, 2014) e como essa criança, ao se narrar, constrói imagens de si e do Outro (CUCHE, 1999; HALL, 2006, SILVA, 2000), e (ii) como a professora dessa criança entende seu trabalho com alunos espanohablantes e como posiciona essas crianças no contexto em que atua. Para tanto, utilizamos a narrativa autobiográfica (LARROSA, 1994; WORTHAN, 2001) como aporte metodológico. Os resultados apontam para o fato de que a professora alfabetizadora parte de uma visão monoglóssica de língua que não considera o repertório linguístico dos alunos espanohablantes e, com isso, os avalia apenas no que tange a sua desenvoltura e performance em português, que é a língua da escola. Neste sentido, salientamos a importância de ações da gestão escolar e ações pedagógicas para que não seja atribuído a estes alunos bolivianos identidades híbridas excludentes e que seja possível uma educação pautada na interculturalidade (MOREIRA; CANDAU, 2008; MAHER, 2007). Além disso, a educação do entorno (MAHER. 2007) deve ser contemplada nas políticas linguísticas (CANAGARAJAH, 2005; McCARTY, 2011) implantadas neste contexto, pois a implementação e regularidade dessas ações políticas linguísticas afirmativas só serão possíveis com a junção de ações pedagógicas, ações da gestão escolar e ações com a comunidade escolar.

DISCUSSÕES SOBRE O EMPREGO DE ADJETIVOS NO GÊNERO CRÍTICA DE CINEMA PARA O ENSINO DE PLE

Natália Cardoso da Silva (UFSCar) e Saulo de Oliveira (UFSCar)  

Pretendemos apresentar uma proposta comunicativa, considerando também aspectos de sistematização, de ensino básico de Português como Língua Estrangeira para falantes de Língua Inglesa. Nossa proposta vem de um plano de aula, incluso no nosso cronograma de ensino de Língua Portuguesa (nível básico), aplicado neste semestre no exercício dos créditos práticos da disciplina “Ensino de Português para Estrangeiros: Contextos e Práticas” do Curso de Licenciatura em Letras da Universidade Federal de São Carlos, sob orientação do Professor Doutor Nelson Viana. Demonstraremos como utilizamos os filmes “O Abutre” (2014) e “Jobs” (2015) como tópico de interação e também como, através de coleta de material autêntico produzido pela crítica amadora de cinema, introduzimos o emprego de adjetivos e expressões da Língua Portuguesa (falada no Brasil) acerca de produções cinematográficas.

DENTRO/FORA DA SALA DE AULA: UMA PROPOSTA DE DESCONSTRUÇÃO DOS ESPAÇOS FORMAIS DA AULA DE PLE

Renan Augusto Ferreira Bolognin  (UNESP)

É inegável que na cultura ocidental a aula de línguas, seja ela estrangeira, seja ela materna, realiza-se em um espaço físico destinado a esta finalidade. Como decorrência disso, nos esquecemos que a aula (pode) começa(r) anteriormente à nossa entrada no espaço físico. A esse respeito, a experiência docente nos invade quando nos envolvemos com os estudantes em ambientes e situações “externas” à sala de aula, tais como conversas a respeito do cotidiano, questões burocráticas como a assinatura do contrato do curso de língua portuguesa ministrado e as formas de pagamento de dito curso, discussões a respeito da abordagemde ensino da língua-alvo, etc eevidenciam que o começo da aula é (e pode ser) anterior aolocal em que é realizada.Por isso, faz-se imperativa a desconstrução do paradigma de um ensino que gravita em torno do espaço físico. Para levar essa discussão a cabo, me apoiarei em relatos de aulas de português como língua estrangeira (PLE) que ministrei no primeiro semestre deste ano de 2016 para falantes de diferentes línguas e nacionalidades (um grupo de espanhóis, um libanês, uma polonesa e um alemão). Em meio ao torvelinho descritivo de ditas aulas, acrescentarei uma discussão teórica desconstrucionista fluida mediante Derrida e, ao mesmo tempo, analisarei a necessidade do rompimento desse binarismo dentro/fora junto aos demais professores de PLE para discutirmos como ampliar o usufruto de nossos estudantes com a língua portuguesa em uma produção que anteceda e preceda a sala de aula.

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